Um funcionário terceirizado foi flagrado pelas câmeras da transmissão oficial dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 fazendo com a mão direita o gesto supremacista. O gesto é o mesmo feito por Filipe Martins, ex-assessor para assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O fato ocorreu no último dia 28 de julho, durante a disputa das finais de Skate Street Feminino, a mesma em que a brasileira Rayssa Leal venceu a medalha de bronze.
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Nas imagens divulgadas pela CazéTV, o homem aparece com o uniforme da transmissão do Comitê Olímpico Internacional (COI). O gesto que ele faz pode significar "ok", mas tem sido interpretado como um símbolo supremacista branco.
O que disse a assessoria dos Jogos
O jornalista Paulo Motoryn, do The Intercept Brasil, fez a denúncia. Ele afirmou ter entrado em contato com a assessoria de imprensa das Olimpíadas. A entidade respondeu que o sujeito era um funcionário de uma empresa terceirizada e que ele teve a credencial cancelada.
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"A pessoa em questão foi identificada e confirmada como não sendo membro da equipe OBS (Olympic Broadcast Service). Ela está associada a um dos seus contratados. O contratado foi informado e, consequentemente, a credencial do indivíduo foi cancelada com efeito imediato”, informou em nota o escritório de imprensa das Olimpíadas.
Em um post no twitter, antigo Twitter, publicado na manhã desta sexta-feira (2), Motoryn afirmou ainda:
“Tem deputado estadual, coronel da reserva e muita gente saindo em defesa do funcionário desligado da transmissão oficial de Jogos de Paris 2024. Informação que revelei ontem no @TheInterceptBR. Aqui, o homem aparece enquanto a japonesa Liz Akama aguardava a nota de uma manobra”, afira ele mostrando o vídeo. Veja abaixo:
A seguir, o jornalista mostra outros dois vídeos:
“E isso aqui pouco antes, após uma manobra da australiana Chloe Covell. O homem aparece ao fundo de uma imagem que mostra o técnico da atleta aplaudindo. Ele parece tentar se posicionar no quadro, olhando para o que aparenta ser uma tela fora do alcance da câmera.” Veja abaixo:
O gesto
O gesto, que tem vários sentidos, é usado nos Estados Unidos por supremacistas brancos que exaltam o que chamam de “white power” (poder branco). Os três dedos esticados formariam “W”, de white, e o polegar junto com o indicador emulariam a volta do “P”, de power.