Durante transmissão ao vivo dos jogos de inverno na cidade de Willingen, na Alemanha, pela emissora estatal ZDF, no último sábado (29), enquanto o japonês Ryoyu Kobayashi era filmado, um outro atleta permaneceu atrás dele fazendo ostensivamente um gesto relacionados aos supremacistas brancos.
Kobayashi, que foi o vencedor da competição de Salto de Ski, não percebeu. Os apresentadores da emissora também não comentaram sobre o assunto.
A ZDF é a segunda maior emissora estatal da Alemanha, com uma das maiores audiências do país. Sua programação é retransmitida para outros países como Áustria e Suíça, também com grande audiência.
Os Jogos de Inverno acontecem todos os finais de semana e são preparatórios para as Olimpíadas de Pequim.
O local filmado é onde os atletas se preparam para saltar. Kobayashi aparecia no vídeo por ser um dos melhores do mundo na modalidade. O sujeito que fez o gesto, por estar no local, deve ser um dos competidores que aguardavam para se apresentar. Até o momento, ele não foi identificado.
Veja o vídeo abaixo:
Aqui o link direto do site da emissora. A cena aparece no minuto 51:30.
Mesmo gesto de assessor de Bolsonaro
O assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por fazer o mesmo gesto durante uma audiência no Senado, em março do ano passado.
Em momento que aparecia nas câmeras da TV Senado atrás do presidente da casa legislativa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Martins fez com as mãos um gesto que parece remeter ao símbolo “WP”, em referência a lema “white power” (“supremacia branca”). Esse gesto, que se assemelha a um “OK”, é classificado desde 2019 como “uma verdadeira expressão da supremacia branca” pela Liga Antidifamação dos EUA, segundo reportagem da BBC.
“Ele fez um sinal de supremacia branca enquanto arruma o terno. É muito difícil ele dizer que não sabe o que está fazendo. É um sinal de supremacia branca. É um sinal que é usado como senha em diversos grupos, como o Proud Boys”, disse à Fórum a antropóloga Adriana Dias, que é doutora em antropologia social pela Unicamp, pesquisa o fenômeno do nazismo e atua como colunista,