O inventor brasileiro Heine Allemagne está perto de receber uma indenização milionária da Fifa. Em decisão inédita, ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenaram a entidade, nesta terça (14).
Mineiro de Ituiutaba, Heine alega ser o criador do spray usado por árbitros em jogos de futebol para marcar o local das faltas e a distância das barreiras. Por isso, espera receber US$ 40 milhões (cerca de R$ 206,5 milhões) da entidade que comanda o futebol mundial.
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A polêmica se arrasta há cinco anos. Em 2019, a Fifa solicitou a Justiça brasileira que a patente do spray fosse anulada, afirmando que o mineiro não havia inventado a ferramenta. Porém, em março de 2024, a entidade acabou derrotada na Vara Federal.
Heine celebrou a decisão do STJ e revelou quando o spray foi utilizado pela primeira vez.
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“Esse projeto começou na Taça BH, em que o América-MG se fez campeão com um gol de falta, aos 45 do segundo tempo, provando que essa ferramenta poderia ser decisiva e até mesmo decidir uma final de Copa do Mundo. À época, o Osmar Camilo era o presidente da arbitragem de Belo Horizonte e recepcionou esse projeto como uma experiência para o futebol e veio ganhando o mundo”, afirmou o inventor, em entrevista à Itatiaia.
“Essa vitória não representa somente 23 anos de luta, representa ter vencido na parte técnica, porque o spray revolucionou o futebol mundial. Significa ter vencido a Fifa, que tentou anular as patentes e questionar quem seria o inventor. Eu venci a Fifa. É uma decisão, é o que chamo de final da Copa. A vitória veio com o reconhecimento completo, foi 5 a 0 em cima da Fifa. Foi muita perseverança”, acrescentou.
“Patente é uma coisa muito séria”
“São dois cases: a introdução de uma ferramenta que revolucionaria o futebol mundial e, ao mesmo tempo, um case jurídico. Uma vitória de Davi contra Golias. Estou feliz pelo reconhecimento na Justiça da invenção. Dentro de campo, da utilidade dessa ferramenta que ajuda a arbitragem no momento decisivo. Importante frisar que isso restabelece a segurança jurídica. Patente é uma coisa muito séria e o direito de propriedade tem que ser respeitado. Vencemos algo histórico no futebol mundial”, completou o mineiro.