ENTRE TROFÉUS E DESILUSÕES

Como o time do Corinthians feminino superou o masculino

Enquanto as Brabas acumulam títulos, a crise no desempenho masculino levanta questões sobre a nova hierarquia de sucesso no clube

Créditos: Reprodução/Twitter
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O Corinthians vive um momento de dualidade intensa em 2023, onde as glórias conquistadas pelo seu time feminino contrastam vividamente com as derrotas e frustrações sofridas pelo time masculino. Enquanto as Brabas do Timão brilham na final do Campeonato Paulista Feminino com uma histórica goleada por 8 a 0 sobre o Palmeiras, o mesmo não se pode dizer da equipe masculina que, recentemente, amargou a eliminação na Sul-Americana para o Fortaleza.


Má fase do time masculino

Duilio Monteiro Alves, presidente do Corinthians, enfrenta o desafio de encerrar seu mandato em 2023 sem a conquista de títulos no futebol masculino. A última vez que um presidente do clube terminou um mandato sem títulos foi entre 1985 e 1987. A promessa de resolver as dívidas alvinegras parece não ter surtido o efeito esperado nos resultados em campo.

A atual temporada do Campeonato Brasileiro masculino não oferece alívio, com o Corinthians ocupando a modesta 11ª colocação, a  sete pontos da zona de rebaixamento a 4 rodadas do fim. O contraste com a performance vitoriosa do time feminino é gritante e levanta questionamentos sobre a gestão e as escolhas estratégicas da diretoria.


As maiores do Brasil

Enquanto o time masculino enfrenta desafios e críticas, outras modalidades do clube brilham nos cenários nacional e internacional. O futebol feminino do Corinthians conquistou três Campeonatos Brasileiros consecutivos (2021, 2022 e 2023), quatro Libertadores (2017, 2019, 2021 e 2023 ), um Campeonato Paulista (2021) e uma Supercopa Feminina (2022). Além disso, desde a reativação da modalidade em 2016, o clube acumula 16 troféus, incluindo títulos nacionais e internacionais.

A ascensão internacional das Brabas é evidenciada pelo recente ranking da IFFHS, que coloca o Corinthians como o oitavo melhor time de futebol feminino do mundo, consolidando a força do futebol feminino brasileiro.


A Política do clube

O cenário político do Corinthians também se destaca, com a iminente eleição para a presidência do clube em novembro. A rivalidade entre os candidatos André Negão, representando a situação, e Augusto Melo, como opositor, reflete a busca por uma nova direção que possa resgatar o brilho perdido no futebol masculino.

A corrida presidencial no Corinthians se desenha com contornos de rivalidade e expectativa. André Negão, o candidato da situação, representa o grupo Renovação e Transparência, que lidera o clube desde 2007. Apesar de não ser consensual entre os integrantes da situação, André Negão conta com um aliado de peso, o ex-presidente Andrés Sanchez, cuja influência pode ser crucial na busca pela vitória nas eleições. A trajetória de André Negão, marcada por desafios como um atentado à sua vida e seu envolvimento anterior com atividades ilegais, como admitido por ele mesmo ao afirmar ter sido bicheiro no passado, é um ponto de discussão dentro do universo corintiano.

Do outro lado da disputa, Augusto Melo surge como o representante da oposição, buscando trazer uma visão renovada para o Corinthians. Conselheiro do clube e empresário com vasta experiência no ramo têxtil, Melo vive há mais de 40 anos o cotidiano do Corinthians, passando por diferentes setores, inclusive atuando como assessor das categorias de base. Seu histórico eleitoral, com um segundo lugar na última eleição de 2020, demonstra uma base de apoio significativa, refletindo o desejo de parte da torcida por mudanças no comando do clube. A disputa entre André Negão e Augusto Melo promete ser um capítulo decisivo na política do Corinthians, moldando o futuro do clube tanto dentro quanto fora dos gramados.


A dicotomia


Vivenciando extremos contrastantes em 2023, o Corinthians experimenta a glória radiante de seu time feminino, enquanto o desempenho frustrante do time masculino desencadeia críticas e especulações sobre as decisões administrativas.

A posição modesta no Campeonato Brasileiro reforça as críticas à gestão e às escolhas estratégicas da diretoria do Corinthians. Enquanto o futebol feminino enche as prateleiras de troféus, o masculino busca uma identidade e uma trajetória vitoriosa. A falta de títulos sob a liderança de Duilio Monteiro Alves representa não apenas uma falha na busca pela glória esportiva, mas também uma desconexão entre as expectativas da torcida e a realidade vivida pelo time masculino.

Enquanto as mulheres do Timão celebram suas vitórias, os desafios enfrentados pelo time masculino tornam-se cada vez mais evidentes, destacando a necessidade urgente de uma nova abordagem. A corrida presidencial, marcada pelos candidatos André Negão e Augusto Melo, reflete a busca por uma liderança capaz de revitalizar o futebol masculino. Enquanto um representa a continuidade, o outro surge como o arauto da mudança, trazendo consigo uma perspectiva renovada e a esperança de restaurar o brilho perdido.

Neste cenário de disparidade entre o sucesso do time feminino e as lutas do time masculino, o Corinthians se depara não apenas com desafios esportivos, mas também com a urgência de uma reavaliação profunda para resgatar o prestígio do clube como um todo.

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