O jogador Daniel Alves, preso sob acusação de agressão sexual na Espanha, caiu em uma armadilha montada pelos Mossos d’Esquadra, a polícia autônoma catalã.
Em um primeiro momento, os investigadores vazaram a informação confirmando que havia, de fato, uma denúncia de agressão sexual contra o jogador.
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A seguir, soltaram a falsa informação de que o jogador esteve no banheiro com a vítima por 47 segundos, o que acabou auxiliando o esquema. É um banheiro unissex. Ela permaneceu lá por 14 minutos. Daniel, por 16.
Assim que soube da acusação, Daniel Alves gravou um vídeo para o programa Y Ahora Sonsoles, da Antena 3, negando as acusações e dizendo que desconhecia a mulher de 23 anos que o denunciara.
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O grande problema dos Mossos d’Esquadra era que o jogador não se encontrava na Espanha.
Ele estava no México, pois atuava pelo Pumas. Se voltasse ao Brasil, sem acordos de extradição com a Espanha, a prisão se tornaria impossível.
Provas robustas
Logo na primeira semana do ano, dias após o ocorrido (30 de dezembro), os investigadores da agressão sexual supostamente cometida por Daniel Alves viram a denúncia se tornar mais robusta. As testemunhas e a vítima não prestaram depoimentos conflitantes. A descrição da tatuagem em parte íntima de Daniel Alves também corroborou com a averiguação da veracidade da denúncia.
Morte da sogra
Com a morte de María del Carmen Sanz, sogra do jogador, a polícia entrou em contato com a defesa de Daniel Alves e propôs uma reunião informal, cuja finalidade era esclarecer o que aconteceu em 30 de dezembro.
Daniel Alves topou e, assim que aterrissou, teve todos os seus passos seguidos de perto. Ele, no entanto, não sabia da quantidade de provas já obtidas pela corporação.
Quando chegou para depor, ao lado da sua advogada, Daniel Alves já ouviu a ordem de prisão e foi detido, com a intenção de que a promotoria e a juíza do caso atestassem as contradições do jogador.
O vídeo
Segundo o jornal El Periodico de Catalunya, com sede em Barcelona e um dos mais importantes da Espanha, quando os agentes dos Mossos d’Esquadra chegaram à casa noturna para atender a ocorrência, poucos minutos depois do suposto crime, já que os funcionários do local acionaram rígidos protocolos para comunicação de delitos sexuais às autoridades, um dos policiais estava com uma câmera presa ao uniforme e o equipamento estava ligado, gravando tudo.
Os repórteres da publicação tiveram acesso ao vídeo, embora ele siga em sigilo e sem divulgação, e relatam que as imagens mostram a chegada do agente, que vai falar diretamente com a jovem vítima. A mulher aparece desesperada, aos prantos, dizendo repetidamente aos Mossos d’Esquadra que está “envergonhada” e que “não deveria ter aceitado, com as amigas, o convite para ir ao camarote” ocupado pelo jogador brasileiro. Uma das jovens que a acompanhava disse à polícia, anteriormente, que Alves também teria a assediado, colocando a mão em suas parte íntimas.
O novo vídeo reforçará ainda mais a versão apresentada pela suposta vítima, que tem sido a mesma desde o primeiro depoimento. Os médicos do Hospital Clínic, unidade de referência nos casos de abuso sexual cometidos na Catalunha, já tinham comprovado por exame de corpo de delito que a mulher apresentava escoriações em várias partes do corpo compatíveis com uma luta corporal, e ainda recolheram líquido seminal de será comparado com o DNA do atleta acusado.
Com informações do Estadão Conteúdo