ECONOMIA

Mais indústria e menos agro: PIB de 2024 detalhado mostra crescimento dos investimentos no Brasil

Consumo das famílias foi crucial para economia avançar, com retomada de poder de compra e aumento da massa salarial

Ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, Presidente Lula e Ministro da Fazenda Fernando Haddad
Ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, Presidente Lula e Ministro da Fazenda Fernando HaddadCréditos: Ricardo Stuckert/PR
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encerrou 2024 com um crescimento de 3,4%, atingindo R$ 11,7 trilhões, a maior taxa anual desde 2021, superando as expectativas do mercado.

O desempenho foi impulsionado principalmente pelo setor industrial e de serviços, enquanto a agropecuária registrou queda significativa. Os dados, divulgados hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam um cenário de recuperação econômica sustentada pelo consumo das famílias e investimentos em infraestrutura, consolidando um ano de avanços sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Divulgação IBGE

O setor de serviços cresceu 3,7% em 2024, com destaque para "Outras atividades de serviços" (5,3%), comércio (3,8%) e transporte (0,4%).

Já a indústria, que avançou 3,3%, foi impulsionada e pela indústria de transformação (3,8%), reflexo de políticas de incentivo à produção nacional e à geração de empregos. A atividade de eletricidade e gás também contribuiu, com alta de 3,6%.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, destacou que esses setores foram responsáveis por cerca de metade do crescimento do PIB. "A indústria e os serviços mostraram resiliência e capacidade de expansão, mesmo em um cenário global desafiador", afirmou. A construção civil, em particular, beneficiou-se da retomada de obras públicas e privadas, além da expansão do crédito imobiliário.

Enquanto a indústria e os serviços avançaram, a agropecuária registrou queda de 3,2% em 2024, puxada principalmente pela agricultura. Problemas climáticos, como secas e excesso de chuvas, impactaram culturas-chave como soja (-4,6%) e milho (-12,5%). Apesar da importância histórica do agronegócio para a economia brasileira, o setor perdeu espaço para a indústria e os serviços, que se mostraram mais dinâmicos e capazes de gerar empregos e renda.

Divulgação (IBGE)

Pela ótica da demanda, o consumo das famílias foi o grande destaque, com crescimento de 4,8% em relação a 2023. A melhoria no mercado de trabalho, programas de transferência de renda e a redução dos juros no primeiro semestre do ano foram fatores decisivos para o aumento do poder de compra. "O consumo das famílias foi crucial para o avanço da economia, mostrando que políticas sociais e de geração de emprego têm impacto direto no PIB", explicou Rebeca.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) também tiveram desempenho expressivo, com alta de 7,3%, impulsionados por obras de infraestrutura e expansão do setor produtivo. A taxa de investimento atingiu 17,0% do PIB, acima dos 16,4% registrados em 2023.

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