De acordo com o último relatório Monitor do PIB, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicado nesta segunda-feira (17), o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro teve um crescimento de 3,5% em 2024, e alcançou um marco da série histórica iniciada em 2001, assim como o PIB per capita (PIB por habitante).
O valor real do PIB brasileiro foi de R$ 11 655 trilhões em 2024, e o do PIB per capita, de R$ 56.796, o maior da série histórica, aponta o relatório da FGV. Na comparação com 2023, o avanço foi de 4% para o quarto trimestre do ano passado, e de 3,1% em dezembro.
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O segundo maior PIB per capita da série histórica havia sido registrado há 11 anos — no valor de R$ 55.094, alcançado em 2013.
O Índice de Atividade Econômica, relatório produzido pelo Banco Central (IBC-Br), mostra uma taxa de crescimento ainda maior para o PIB nacional: os números do BC apontam para uma taxa de 3,8%. Já o relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) só deve ser divulgado em março.
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Apesar da desaceleração econômica avistada nos últimos dois meses de 2024, quando a taxa de crescimento foi comparativamente menor, a expansão recorde do PIB ao longo do ano passado se deveu ao aumento da atividade nos setores industrial e de serviços, além do aumento no consumo das famílias (que passou de 3,2% para 5,2%).
De acordo com o relatório, todos os setores apresentaram crescimento positivo em 2024, exceto a agropecuária.
Na indústria, a formação bruta de capital fixo (FBCF), composta pelo estoque de bens de capital (máquinas e equipamentos de produção), cresceu 7,6%, recuperando-se do decréscimo de 8,4% avistado no setor em 2023.
Para Juliana Trece, que esteve à frente da elaboração do Monitor, o crescimento em 2024 foi de natureza distinta daquele avistado em 2023, quando "o resultado foi bastante influenciado pela agropecuária e pelas exportações".
Em 2024, por outro lado, o crescimento se deveu principalmente à recuperação das atividades econômicas e ao "retorno do crescimento dos investimentos".
Dados do BNDES indicam que houve uma alta de até 108% nas aprovações de crédito para o setor industrial em 2024, relacionada sobretudo ao aumento na demanda e na qualidade dos investimentos.
Em 2025, no entanto, espera-se uma desaceleração da atividade econômica, associada à política de juros mais elevados e ao cenário externo conflituoso e mais protecionista, guiado pela política de taxações sobre produtos de importação por parte dos Estados Unidos, aponta Trece.