ECONOMIA

Este grupo de países vai dominar 62% do PIB-PPC do mundo até 2029, segundo o FMI

Relevância estratégica das economias mais avançadas está em tendência de queda desde 2005

Sul Global (em vermelho) e Norte Global (em azul)
Sul Global (em vermelho) e Norte Global (em azul)Créditos: Reprodução/UNDTAC
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O relatório World Economic Outlook do Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que, até 2029, as economias emergentes e em desenvolvimento responderão por 62,48% do Produto Interno Bruto (PIB) global ajustado pela Paridade do Poder de Compra (PPC), consolidando uma tendência de redistribuição do poder econômico que desafia a ordem liderada pelas nações ricas.

Enquanto isso, o peso das economias avançadas cairá para 37,52%, marcando um declínio estratégico que se arrasta desde 2005.

Os dados revelam que o grupo da Ásia emergente e em desenvolvimento — incluindo gigantes como China e Índia — liderarão essa transformação, com 36,98% do PIB-PPC mundial até o fim da década.

O bloco supera o G7 (27,01%) e a União Europeia (13,37%), sinalizando uma mudança geoeconômica irreversível. Regiões como América Latina e Caribe (7,06%), Oriente Médio e Ásia Central (7,48%) e África Subsaariana (3,39%) também ganham espaço, embora em ritmo desigual.

O cenário reflete tanto a resistência de países do Sul Global a crises sistêmicas — como a financeira de 2008 — quanto a estagnação relativa das economias avançadas, ainda reféns de políticas de austeridade e concentração de renda. 

O fortalecimento de iniciativas multilaterais, como os BRICS, devem acelerar ainda mais o processo de fortalecimento e preponderância econômica dos países emergentes.

Apesar do avanço coletivo, o crescimento dos emergentes não garante equidade. Muitos desses países enfrentam desigualdades brutais, exploração de recursos naturais e dependência de modelos extrativistas.

O que é PIB-PPC?

O poder de paridade de compra (PPC) é um método que ajusta o valor do PIB de um país para refletir o custo de vida local e o poder de compra da moeda, ao invés de usar taxas de câmbio convencionais.

Esse critério torna possível comparar economias com realidades econômicas distintas, já que considera o quanto é possível comprar com uma mesma quantia em diferentes países.

 

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