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IBGE: Pochmann responde acusações após saída de diretores; "defesa de interesses particulares"

Após diretores pedirem as contas, setores da extrema direita levantaram narrativa de desconfiança contra a instituição

IBGE: Márcio Pochmann defende instituiçãoCréditos: Agência Brasil
Escrito en ECONOMIA el

Nesta semana, a coluna de Lauro Jardim no O Globo noticiou o pedido de demissão dos diretores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Elizabeth Hypólito e João Hallak Neto, ambos da área de Pesquisas Econômicas.

Além disso, o colunista também reportou a saída voluntária de Ivone Batista e Patrícia Costa, diretora e diretora-adjunta de Geociências, que devem se desligar do instituto até o final do mês.

A repercussão da nota de Jardim, somada a uma crescente onda de desinformação sobre o papel do IBGE desde a indicação do atual presidente, Marcio Pochmann, fomentou nas redes sociais a fake news de que os diretores estariam saindo por conta de manipulações de dados.

Em comunicado oficial, Pochmann defendeu o legado da instituição e afirmou que as demissões decorrem de "conflitos de interesses individuais e particulares frente à missão institucional do IBGE".

Primeiramente, ele anunciou que levará à Justiça qualquer servidor ou ex-servidor que levantar suspeitas infundadas contra a idoneidade do instituto.

"A suspeição levianamente gerada sobre a possibilidade de manipulação de dados em uma casa técnica é um ataque direto à credibilidade do IBGE, agravado justamente pelo fato de ser produzido por aqueles que conhecem em profundidade o rigor, a metodologia e a ética profissional que conduzem uma instituição de quase 90 anos. A direção do IBGE seguirá o exemplo dado pelo Supremo Tribunal Federal e pela Advocacia-Geral da União, que vêm enfrentando judicialmente a desinformação e as mentiras", declarou.

Além disso, Pochmann destacou que tem enfrentado problemas com o sindicato devido à volta ao trabalho presencial de uma pequena parte dos servidores do IBGE. Enquanto coletores de dados, superintendentes, chefes de agência, setores administrativos e diretores já trabalhavam presencialmente, uma parcela dos funcionários ainda estava em regime de home office, situação que mudou em julho de 2024.

Simultaneamente, um conflito mais amplo se desenrolou: a criação da Fundação IBGE+. Opositores da atual gestão afirmam que a fundação - que visa captar mais financiamento, recursos e oferecer novas possibilidades de prestação de serviços - foi criada de maneira antidemocrática. No entanto, o comunicado da presidência afirma que a ata de criação da Fundação foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Diretor do IBGE, após diversos debates, incluindo consultas a outros órgãos federais.

Por fim, Pochmann celebrou a conquista de estabilidade administrativa para o instituto. "A atual gestão assumiu um órgão que teve sete presidentes nos últimos oito anos, uma experiência de instabilidade institucional jamais vista na trajetória do maior instituto de pesquisa pública do Brasil, com orçamentos decrescentes, ausência de concursos públicos para recomposição de quadros, vacância de diretores e pesquisas paralisadas", concluiu.

Entrevista de Pochmann

No último dia 6 de janeiro, o presidente do IBGE concedeu entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, da TV Fórum, explicando a posição da entidade e a criação da Fundação IBGE+.

Confira a entrevista completa:

 

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