Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, tomou uma enquadrada logo no início da audiência pública realizada na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Finanças e Tributação da Câmara nesta terça-feira (8).
Após tentar justificar a taxa Selic em 10,5% em sua apresentação, o bolsonarista que preside o BC foi confrontado por Paulo Guedes (PT-MG) "do bem", como se define o deputado homônimo do ex-ministro da Economia responsável por alçar Campos Neto ao posto.
Te podría interesar
"Eu inicio minha fala aqui notando muita contradição em sua fala. Primeiro o senhor fala que a inflação está convergindo para a meta, depois o senhor falou que o crescimento da economia está melhor que o esperado, que a taxa de desemprego é surpreendente. Depois, o senhor vem e fala que a taxa Selic é a menor dos últimos anos - o senhor só esqueceu de uma coisa: de falar que é dos seus últimos anos. Depois, colocou dados importante sobre as economias mundiais. A China, por exemplo, teve o maior crescimento de sua economia. E o que fez? Baixou a taxa de juros. Da mesma forma a Inglaterra e a Europa também baixou a taxa de juros para incentivar a economia. Aqui no Brasil tivemos muita especulação com a alta do dólar e o Banco Central ficou quietinho, calado, pianinho, mesmo com R$ 365 bilhões em reservas cambiais. Não fez nada, absolutamente nada, para enfrentar essa situação. E nós sabemos, presidente, que quando o dólar sobe, sobe tudo, principalmente para os mais pobres", iniciou Guedes.
Em seguida, o deputado listou mais uma série de dados e expôs a drenagem de recursos públicos para os bancos com o pagamento de 25% do orçamento em juros da dívida pública.
Te podría interesar
"A preocupação do Banco Central e de sua diretoria, liderada pelo senhor, tem sido somente proteger os especuladores. Essa é a verdade", afirmou o parlamentar, que concluiu indagando: "a serviço de quem está a diretoria do Banco Central? Do povo ou dos especuladores?".
Assista