Presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann deu uma invertida histórica na Folha de S.Paulo que, disfarça de uma pretensa imparcialidade, voltou a defender Roberto Campos Neto e "autonomia" do Banco Central (BC) para atacar o presidente Lula.
"Os reiterados ataques políticos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a condução da política monetária pelo Banco Central são prova inequívoca de como foi acertada a decisão que concedeu autonomia operacional ao órgão a partir de fevereiro de 2021", diz o editorial da família Frias, que agora faz fortuna no sistema financeiro com o PagBank, que teve lucro líquido recorrente de R$ 1,8 bilhão em 2023.
Te podría interesar
No texto, a Folha ainda apoia à PEC 65, para expandir os domínios do Banco Central, com autonomia total em relação à política econômica do governo federal.
"A mudança do enquadramento jurídico afetaria a relação de trabalho dos servidores. Eles deixariam de ser regidos pelas normas do Regime Jurídico Único do funcionalismo e passariam a ser empregados públicos regulamentados pela CLT", comemora a Folha, fazendo vista grossa a um aparelhamento da institutição.
Te podría interesar
"Campos Neto, com mandato até 31 de dezembro, diz que gostaria de deixar a mudança como legado. Se o governo não quer que a medida seja mais um item na lista de seus acertos, que ajude a aprová-la assim que indicar seu sucessor", pressiona o jornal.
Invertida
Na rede X, Gleisi destruiu a ladainha neoliberal da Folha que "repete balelas para defender 'autonomia' ainda maior do BC".
"Esquece que o Banco não tem 'receitas próprias'. A fortuna que ele administra são as reservas que pertencem ao país, ao povo brasileiro, motivo essencial para que sua diretoria seja nomeada (e demissível) pelo governo eleito, não pelo derrotado", diz a deputada.
Em seguida, Gleisi ainda detona a "autonomia" BC que, segundo a Folha, "começou a subir a Selic no final de 2021 e a manteve em patamar elevado, em 13,75% ao ano, na campanha eleitoral de 2022 —o que, em tese, poderia ser visto como prejudicial ao então candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que colocou Campos Neto no cargo".
"Atribui ao bolsonarista Campos Neto uma independência política que ele nunca teve. O governo do inelegível não estava nem aí para a oferta de crédito, investimento, empregos e crescimento do país, missões do BC. Os juros estratosféricos em 2022 foram o preço cobrado para conter a disparada da inflação, enquanto o inelegível despejava bilhões na praça irresponsavelmente para comprar votos", afirma Gleisi.
"Nada justificava manter os maiores juros reais do planeta no governo Lula. Campos Neto, seus juros e seu projeto de “autonomia” são indefensáveis", conclui a deputada.