CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Caixa anuncia investimento de R$ 230 bilhões para impulsionar setores da indústria nacional

A verba anunciada é parte do programa Nova Indústria Brasil, que prevê investimentos em projetos de infraestrutura urbana, moradia e setores industriais diversos

Construção civil.Créditos: Pixabay
Escrito en ECONOMIA el

A Caixa Econômica Federal terá um orçamento de R$ 230 bilhões para financiamento em infraestrutura urbana, construção civil e incorporação de novas moradias pelo próximo triênio, de acordo com o presidente da instituição, Carlos Vieira.

A Caixa, em associação com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), deve destinar pelo menos R$ 12 bilhões desse orçamento às atividades do programa Nova Indústria Brasil (NIB), cujo objetivo é impulsionar a indústria nacional até 2033 com políticas públicas de investimento — de redução de juros, subsídios industriais e incentivos tributários para setores-chave da economia.

A NIB quer, ainda, estimular a transição ecológica do parque industrial brasileiro, especialmente dos setores agrícolas (para isso, anunciou a meta de cortar até 30% da emissão de gases poluentes).

Outras metas foram anunciadas para a saúde (atingir 70% das necessidades nacionais na produção de vacinas, medicamentos e recursos médicos); projetos de infraestrutura urbana (como diminuir o tempo necessário de deslocamento para o trabalho dos brasileiros em até 20%); na área de tecnologia da informação (com a digitalização de até 90% dos setores industriais) e na bioeconomia de defesa (com o estímulo à autonomia de até 50% da produção de tecnologias críticas de defesa).

Durante a cerimônia de lançamento do programa, realizada no Palácio do Planalto, que reuniu representantes da indústria de construção civil e os ministros da Fazenda, do Planejamento e das Cidades, o orçamento foi anunciado — R$ 64 bilhões ao ano investidos em moradia e um total de R$ 192 bilhões no próximo triênio. 

As construções financiadas terão "qualificador verde", conceito usado na área da construção civil para definir critérios e certificações que visam tornar os espaços urbanos mais sustentáveis, com escolhas que estimulem a economia de recursos naturais e a incorporação de mais áreas verdes.

Essas práticas podem incluir o uso de materiais mais sustentáveis e ecológicos, além de tecnologias que reduzam o gasto de água e energia — como sistemas capazes de capturar a água das chuvas, paineis de energia solar e tecnologias de isolamento térmico.

Além disso, subiu para R$ 405,7 bilhões o total de crédito disponível para o Plano Mais Produção, também parte do NIB, que incentiva projetos de neoindustrialização e de apoio à produtividade, inovação e exportação na economia brasileira. 

Saiba mais sobre o que prevê o NIB:

Até 2033

1. Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais

–    aumentar para 50% participação da agroindústria no PIB agropecuário;

–    alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar;

–    fornecer pelo menos 95% de máquinas e equipamentos nacionais para agricultura familiar.

2. Forte complexo econômico e industrial da saúde:

–    atingir 70% das necessidades nacionais na produção de medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, materiais e outros insumos e tecnologias em saúde.

3. Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis:

–    diminuir em 20% o tempo de deslocamento de casa para trabalho;

–    aumentar em 25 pontos percentuais adensamento produtivo (diminuição da dependência de produtos importados) na cadeia de transporte público sustentável.

4. Transformação digital da indústria:

–    digitalizar 90% das indústrias brasileiras;

–    triplicar participação da produção nacional no segmento de novas tecnologias.

5. Bioeconomia, descarbonização, e transição e segurança energéticas:

–    cortar em 30% emissão de gás carbônico por valor adicionado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria;

–    elevar em 50% participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes;

–    aumentar uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano.

6. Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais:

–    autonomia de 50% da produção de tecnologias críticas para a defesa.

Recursos para financiamentos:

R$ 300 bi até 2026

–    Crédito: R$ 271 bi

–    Não reembolsáveis: R$ 21 bi

–    Equity (investimentos na bolsa de valores): R$ 8 bi

Fonte dos recursos: BNDES, Finep e Embrapii Informações da Agência Brasil