Apesar das notícias de baixa performance no plantio e na colheita das safras de café em junho, que levou ao aumento de preços dos grãos no Brasil — a inflação foi de 3,42%, de acordo com dados do IBGE, até o início de junho —, as exportações do produto atingiram um número recorde em setembro.
Efeitos agravados do El Niño, que alterou os padrões de chuva em diversas regiões brasileiras para setembro, preocuparam produtores e ameaçaram os níveis de produtividade; por isso, o preço do café moído nacional aumentou e algumas produtoras registraram até 15% de inflação nos preços, conforme noticiou o jornal O Tempo.
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Além disso, o calor extremo e a seca no Cerrado Mineiro durante o último semestre de 2023 afetaram lavouras e causaram quedas de produtividade de até 25% na região.
Mas as notícias são boas para o mercado externo: no acumulado de 2024, o Brasil registrou um recorde na exportação de sacas de café — foram 36,4 milhões, número 38,7% maior do que o do mesmo período no ano passado, e um lucro de US$8,451 bilhões.
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A única coisa que prejudicou as exportações, afirma o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), foi o atraso de navios de transporte e a falta de estrutura dos portos. Quase dois milhões de sacas teriam sido impedidas de embarcar pelas más condições de logística — isto é, o saldo da exportação poderia ter sido ainda maior.
Principais destinos das exportações
De acordo com o relatório do Cecafé, os Estados Unidos são o principal destino dos cafés brasileiros.
No acumulado do ano, pelo menos 5,770 milhões de sacas brasileiras foram importadas pelos EUA — de janeiro a setembro, o país teve 15,8% de todas as exportações.
Em segundo lugar vem a Alemanha (que importou 5,359 milhões de sacas) e, em seguida, a Bélgica (com 3,328 milhões).
Mesmo o Vietnã, segundo maior produtor de café do mundo, tem comprado os cafés do Brasil — foram 637.546 sacas até setembro, um crescimento de 374,8% nas importações do país para o ano anterior.