EM MAUS LENÇÓIS

Dívida de R$ 20 bi e mais de 50 mil credores: entenda a crise da Gol

Companhia aérea entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça dos EUA

Aviões da Gol no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ).Créditos: Wikimedia Commons
Escrito en ECONOMIA el

A companhia aérea Gol está em crise financeira. A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça dos EUA, nesta quinta-feira (25). São mais de 50 mil credores, em uma dívida que, somada, chega a R$ 20 bilhões.

Os credores incluem bancos, a empresa de aviões Boeing, o Comando da Aeronáutica e até alguns aeroportos brasileiros.

Por que a Gol está em crise

A dívida da companhia aérea é causada, principalmente, por altas despesas com o contrato de aluguel de aeronaves e juros. A situação se agravou com a pandemia de Covid-19, que causou uma crise no mercado das viagens aéreas.

Segundo O Globo, a Gol perdeu o crédito junto a distribuidores de combustível em alguns aeroportos do país e passou a fazer os pagamentos à vista, mas a empresa afirma que “não tem problema com abastecimento de combustível”.

No pedido de recuperação judicial feito à Justiça dos EUA, a companhia estima entre 50 mil e 100 mil credores e incluiu em seu processo de reestruturação a Smiles, seu serviço de milhas aéreas, bem como outros braços da empresa.

A empresa busca cerca de US$ 950 milhões, o equivalente a quase R$ 4,7 bilhões, em empréstimos e proteção contra falência com a recuperação judicial.

Quais são os credores da Gol

O principal credor da Gol é o banco estadunidense BNY Mellon, com um montante de US$ 539,9 milhões, quase R$ 2,7 bilhões.

Em segundo está o Comando da Aeronáutica (US$ 222,5 milhões, cerca de R$ 1 bilhão) e, em seguida, a empresa Vibra (US$ 91,4 milhões, cerca de R$ 450 milhões).

A Gol também tem dívidas com empresas como Boeing e Infraero, as quais ela deve cerca de R$ 73 milhões, e com o Ministério da Fazenda, que está no prejuízo em quase R$ 36 milhões.

A companhia aérea ainda deve para concessionárias de uma série de aeroportos brasileiros, como a do Aeroporto Internacional de Florianópolis, do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), e do Aeroporto de Brasília.

Apesar da crise, a empresa segue com suas operações normalmente.