Nesta terça-feira (18) o governo Lula (PT) fez duas movimentações importantes no campo da economia: entregou o arcabouço fiscal à Câmara dos Deputados e desistiu da ideia de acabar com a isenção fiscal em transações internacionais avaliadas em até US$ 50 (R$ 250).
Essa proposta afetaria diretamente as compras feitas nos sites populares como a Shein, Shopee e Ali Express. Em declaração à imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que atendeu um pedido do presidente Lula.
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"O presidente nos pediu ontem pra tentar resolver isso do ponto de vista administrativo. Ou seja, coibir o contrabando. Nós sabemos aí que tem uma empresa que pratica essa concorrência desleal, prejudicando todas as demais empresas, tanto do comércio eletrônico quanto das lojas que estão abertas aí, sofrendo a concorrência desleal dessa empresa", disse Haddad a jornalistas.
A decisão de Lula de não levar adiante a taxação das compras de até US$ 50 da Shein, Shopee e Ali Express teve forte influência da primeira-dama Janja Silva, que alertou o presidente que o fim da isenção fiscal repercutiria de forma negativa, principalmente, na classe média.
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Também foi levado em conta a ampla repercussão que teve a resposta de Janja a um tweet do perfil Choquei sobre a taxação. Ao comentar, a primeira-dama afirmou que as empresas seriam taxadas e não os clientes. Tal declaração promoveu uma guerra de narrativas e explicações econômicos e foi visualizado por milhões de internautas.
As respostas ao tweet de Janja chegaram ao Palácio do Planalto e isso pesou na decisão do governo.
Quaest: taxação da Shein, Shopee e Ali Express impacta imagem do governo
Levantamento Quaest divulgado nesta quarta-feira (19) mostra que a ideia do governo de taxar as compras de até US$ 50 nos sites da Shoppee, Shein e Ali Express afetou negativamente a imagem do governo Lula.
Quando perguntados sobre alguma notícia negativa que tenham ouvido recentemente em relação ao governo Lula, 16% dos entrevistados mencionaram de maneira espontânea o plano do governo Lula de taxar as compras internacionais de até US$ 50. Segundo o instituto, nenhum outro tema foi tão lembrado.
A parcela que mais reagiu negativamente, segundo a Quaest, foi na faixa etária entre 16 e 34 anos: a aprovação recuou de 38% para 31%, enquanto a desaprovação saltou de 17% para 29%. Esse grupo é justamente o que mais consome produtos das lojas Shoppee, Shein e Ali Express.