O economista José Pastore, que é professor e pesquisador da Faculdade de Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (FEA-USP), tem uma análise sombria sobre o surgimento de tecnologias de inteligência artificial como o ChatGPT e a sua incidência no mundo trabalho. Além disso, ele afirma que tais ferramentas “são paradigmáticas”.
Para José Pastore, o mundo do trabalho como conhecemos será completamente transformado. "As tecnologias, quando destroem, elas também criam novos empregos. Agora, a destruição é rápida e visível; a criação é lenta e invisível", disse em entrevista ao Estadão.
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Especificamente sobre o ChatGPT, o economista e professor da USP o classifica como "assustador". "O ChatGPT, de fato, é assustador, porque ele substitui muitas atividades humanas e em vários setores. Por exemplo, o setor da pesquisa: você vai fazer uma pesquisa bibliográfica, seja ela para a ciência, para a contabilidade, para o direito, para a política. Essa ferramenta tem uma facilidade incrível, ela avança muito", analisa.
Dessa maneira, o professor analisa que, ao mesmo tempo em que o ChatGPT diminui o tempo para certas funções, ele também reduz a demanda "por pessoas". "Mesmo que você não confie totalmente na resposta [do ChatGPT], ele dá uma base a partir da qual você pode explorar, dá uma adiantada muito grande. Então, é bem provável que isso aí vá reduzir o tempo das pessoas que ficam hoje em dia no computador pesquisando um site aqui, outro site lá, uma biblioteca aqui, uma biblioteca lá... E, reduzindo o tempo, vai reduzir a demanda por essas pessoas também".
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Em seguida, Pastore faz uma análise sobre o possível impacto de tecnologias como o ChatGPT no mundo do trabalho. "Mas o que a gente sabe é que as tecnologias, quando destroem, elas também criam novos empregos. Agora, a destruição é rápida e visível; a criação é lenta e é invisível. A destruição do emprego traz impactos sociais imediatos, e isso apavora todo mundo. A criação gera benefícios sociais de médio e longo prazo, o que as pessoas já não aceitam com tanta facilidade, porque gostam de coisas mais rápidas", afirma Pastore.