CHINA EM FOCO

China dá largada para desenvolver o próprio ChatGPT

Pequim anunciou que vai apoiar empresas chinesas para criar modelos de inteligência artificial no estilo da atual febre da internet

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O governo de Pequim, capital nacional da China, vai apoiar a criação de grandes modelos no estilo ChatGPT. A proposta consta de um relatório divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Departamento Municipal de Economia e Informação.

A proposta é que empreendimentos privados atuem em direção a novos avanços no desenvolvimento de inteligência artificial (IA). O documento destaca que Pequim conta com a maior capacidade de aglomeração industrial da China e uma cadeia industrial de IA bem desenvolvida.

Pequim registrou 1.048 grandes empresas de IA em outubro de 2022, o que corresponde a 29% do total nacional, aponta o documento. A cidade tem ainda mais de 40 mil profissionais nas principais tecnologias de IA e produziu os artigos mais publicados sobre o tema no país.

O número de fábricas inteligentes e oficinas digitalizadas em Pequim atingiu 36 e 47, respectivamente, em 2022, revelou o relatório. Em 2023, Pequim orientará empresas, institutos de pesquisa, comunidades de código aberto e outros a colaborar para a conquista da inovação tecnológica central da IA, disse o relatório.

Sensação ChatGPT

O ChatGPT é um chatbot, um robô, capaz de buscar, resumir, traduzir informações, dar conselhos, fazer planejamentos e facilitar tarefas cotidianas. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa OpenAI e lançada em novembro de 2022.

O robô tem levado escolas e universidades brasileiras a discutirem o método de ensino e de aprovação dos alunos. Também tem causado discussões entre programadores, pela capacidade em ajudar a escrever códigos complexos.

O chatbot também deu início a uma nova corrida entre as "Big Techs" para investir em produtos com IA. A Microsoft, por exemplo, assinou um contrato com a OpenAI que chega a US$ 10 bilhões, de acordo com o jornal The New York Times. Para não ficar atrás, o Google também planeja investir pesado e anunciou o lançamento do seu próprio chatbot, o Bard.

Mar do Sul: EUA não vão frear busca chinesa por soberania na região

Guarda Costeira da China - Embarcações da Guarda Costeira da China conduzem exercícios de aplicação da lei em uma área não revelada no outono de 2022. 

"Os EUA não vão abalar a determinação e a forte vontade da China de salvaguardar sua soberania e direitos legítimos, não importa o quanto tente usar o Tratado de Defesa Mútua (MDT, da sigla em inglês) entre as Filipinas e os EUA para coagir e difamar a China nos assuntos do Mar do Sul da China." A declaração foi feita nesta terça-feira (14) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, durante uma coletiva de imprensa em Pequim. 

É o segundo dia consecutivo que a diplomacia chinesa responde a questionamentos da imprensa sobre os assuntos do Mar do Sul da China. Na segunda-feira, Wang esclareceu que o navio da Guarda Costeira chinesa exerceu contenção profissional durante operações no local. Na ocasião, no dia 6 de fevereiro, a embarcação da China enfrentou um navio da Guarda Costeira das Filipinas que entrava sem permissão nas águas próximas à região do Ren'ai Reef, no Mar do Sul da China.

O Ren'ai Reef, um recife circular entre as Ilhas Nansha da China, é parte do Mar do Sul da China e integra o território chinês desde os tempos antigos.

Nesta segunda-feira (13), a Reuters veiculou matéria na qual informa que as Filipinas chamaram as atividades chinesas de "agressivas" ao acusar Pequim de usar lasers para interceptar seu navio no Mar da China Meridional. 

Nesta terça-feira, Wang retomou o tema. Ele informou que os governos da China e das Filipinas têm se comunicado por meio de canais diplomáticos e acrescentou que os navios da guarda costeira chinesa realizaram as operações de acordo com a lei doméstica e internacional, que inclui a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar para  salvaguardar a soberania e a ordem marítima chinesa.

Aliança EUA-Filipinas

A aliança EUA-Filipinas é mantida desde a assinatura do Tratado de Defesa Mútua (MDT) em 1951. Já o tratado que se aplica ao Mar do Sul da China foi acionado pela primeira vez durante a administração de Donald Trump, embora os dois países não tenham estabelecido verdadeiramente uma aliança ofensiva e defensiva.

Em 12 de julho de 2016, o tribunal arbitral no caso do Mar do Sul da China emitiu uma "sentença arbitral" a pedido do governo Aquino III das Filipinas. Pequim classificou a decisão como uma farsa. 

"A arbitragem do Mar do Sul da China é uma farsa política inventada pelos EUA. A chamada sentença é ilegal e inválida e não terá nenhum impacto nas reivindicações de direitos da China no Mar da China Meridional", finalizou Wang.

Lista de controle de exportação dos EUA atinge entidades chinesas do setor aeroespacial

China Aerospace Science and Technology Corporation - Os UAVs da série Fei Hong no Airshow China 2021

A China se opõe firmemente à decisão dos EUA de colocar seis entidades chinesas em uma lista de controle de exportação. A justificativa de Washington é de que essas empresas apoiam os programas aeroespaciais chineses, como dirigíveis militares. O posicionamento de Pequim foi divulgado pelo Ministério do Comércio da China nesta terça-feira (14).

Por muito tempo, os Estados Unidos abusaram das medidas de controle de exportação para oprimir empresas de outros países e interromper as trocas econômicas e comerciais regulares, observou o porta-voz do ministério chinês.

"Essas medidas feriram gravemente os direitos e interesses legítimos das empresas afetadas, minaram a segurança e a estabilidade das cadeias de suprimentos globais e inibiram a recuperação e o crescimento econômico mundia", pontuou o porta-voz.

A China insta o lado dos EUA a interromper a repressão infundada de empresas chinesas, ponderou o porta-voz. Ele acrescentou que o país tomará as medidas necessárias para proteger os direitos e interesses legítimos de suas empresas

Democracia socialista: governo chinês pede opiniões à sociedade sobre projeto de relatório de trabalho

Xinhua - O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, presidiu um simpósio para solicitar opiniões sobre um projeto de relatório de trabalho do governo de representantes dos partidos não comunistas da China, da Federação Chinesa de Indústria e Comércio e de personagens sem filiação partidária (13/2/23)

O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, presidiu nesta segunda-feira (13) um simpósio no qual pediu opiniões sobre um projeto de relatório de trabalho do governo de representantes dos partidos não comunistas da China, da Federação Chinesa de Indústria e Comércio e de personagens sem filiação partidária.

Li ouviu as sugestões dos representantes e elogiou seu importante papel nas decisões científicas e democráticas do governo. O vice-primeiro-ministro Han Zheng participou do evento.

O primeiro-ministro observou que a economia da China alcançou um crescimento e um desempenho razoáveis no ano passado, com mais de 12 milhões de novos empregos urbanos criados e o índice de preços ao consumidor subindo 1,8% ano a ano em dezembro de 2022.

Li alertou que o país ainda enfrenta um ambiente externo grave e que as bases para a recuperação da demanda doméstica ainda não se solidificaram. Ele disse que a economia da China se estabilizou no final do ano passado e começou a se recuperar no início de 2023. 

"O consumo, que tem sido um dos principais impulsionadores da economia do país há anos, registrou crescimento acelerado em janeiro. Esforços devem ser feitos para implementar as políticas do país destinadas a estabilizar a recuperação econômica e continuar estendendo essa recuperação", finalizou Li.

"Índice de escavadeira" reflete a vitalidade do desenvolvimento da infraestrutura da China

Xinhua - Obras da seção da extensão a oeste do túnel de Huayan, na Zona de Alta Tecnologia de Chongqing, em Chongqing, sudoeste da China. 

O “índice de escavadeira” consolida a taxa de operação e a carga de trabalho de cada equipamento desses em atividade na China. A métrica serve como um indicador do desenvolvimento da infraestrutura da potência asiática. 

Com base na plataforma Industrial Internet of Things (IIoT) da RootCloud, um provedor de serviços de internet industrial, o índice rastreia a taxa operacional de centenas de milhares de máquinas de construção em todo o país.

O índice mostrou que a taxa operacional de maquinário de construção aumentou constantemente desde o início do Ano Novo Lunar Chinês. Houve um aumento nos projetos de construção em todo o país, com aumentos significativos em Pequim, Hebei, Henan, Mongólia Interior e Shandong.

"Vimos o lançamento de grandes projetos de construção em todo o país. O aumento do índice de escavadeiras prova que a economia está se recuperando e a construção de infraestrutura está acelerando", disse o cofundador e CEO da Rootcloud, He Dongdong.

A alta do índice também foi confirmada em muitos canteiros de obras. O projeto de reconstrução do aeroporto em Changsha, capital de Hunan, está atualmente em pleno andamento, com cerca de 100 escavadeiras, guindastes de torre, guindastes de caminhão e plataformas de perfuração rotativas, e mais de 400 construtores trabalhando duro no local.

"Os projetos de construção normalmente são retomados após o Festival das Lanternas (o 15º dia do primeiro mês lunar), no entanto, muitos projetos começaram já no 7º dia do primeiro mês lunar deste ano", informou o engenheiro técnico-chefe do projeto sob a Companhia de Construção Geral de CCFED,  Li Xiaocong.

A empresa retomou a construção de oito grandes projetos em Hunan, Jiangxi, Fujian e Sichuan.

Grandes projetos desempenham um papel crucial no crescimento econômico do país, o que, por sua vez, estimula o desenvolvimento da indústria de máquinas para construção.

"Nossa produção de caminhões-bomba de concreto aumentou de cerca de 100 unidades por mês no segundo semestre do ano passado para mais de 240 unidades por mês", elencou Xie Changhong, que trabalha com o principal fabricante de equipamentos pesados da China, Sany Group.

Além de projetos de infraestrutura de grande porte, como ferrovias, rodovias, aeroportos e conservação de água, a lista também inclui projetos envolvendo equipamentos de ponta, novas energias e economia digital.

Em Xangai, 77 dos 191 grandes projetos planejados para a megacidade este ano estão relacionados às indústrias de ciência e tecnologia.

"Desde o início do ano, a China intensificou o planejamento e investimento de projetos e promoveu o desenvolvimento de indústrias emergentes, enviando um sinal positivo de sustentação do crescimento econômico e aumento da confiança do mercado", disse o presidente da Hualun Bobang Project Management, Sun Ting.

Com informações da Xinhua, CGTN e Global Times