PETROBRÁS

Petrobras: Presença de militares abre alerta sobre possível venda de refinaria em MG

Petroleiros acreditam que Exército está sendo usado para coibir resistência à privatização

Exército ocupa Refinaria Gabriel Passos, em Betim.Créditos: Sindipetro/MG
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Trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim (MG), foram surpreendidos esta semana com a presença de altos diretores da Petrobras e de integrantes do Exército Brasileiro na unidade. Para os petroleiros, a movimentação reforça um burburinho que corre na empresa de que a Regap, única refinaria do estado de Minas Gerais, está prestes a ser privatizada.

A presença de diretores da Petrobrás na refinaria tem ocorrido com certa frequência. Conforme denunciado pelo Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro MG), há a suspeita de que a empresa esteja utilizando ações de inspeção para camuflar o processo de privatização. As ações de averiguações de segurança, previstas nas normas da empresa, seriam uma fachada para a realização de avaliações da refinaria com o objetivo de vendê-la.

O Sindipetro aponta em nota que a presença do Exército na refinaria é anormal e é vista como assédio moral contra os trabalhadores que tem realizado reuniões para debater estratégias de luta contra a privatização da Regap e pela garantia de melhores condições de trabalho. Segundo Alexandre Finamori, coordenador do Sindipetro-MG, os petroleiros se sentiram coagidos ao verem os militares circulando em áreas operacionais com fuzis nas mãos.

Foi apresentada à diretoria da Petrobras um ofício cobrando explicações sobre essa ocupação do Exército, que ainda não foi respondido. "Um disparo qualquer poderia explodir a refinaria. O cenário foi ostensivo e intimidador e ainda não houve resposta da empresa", disse Finamori à Fórum..

Dirigentes petroleiros ouvidos afirmaram à Fórum que a suspeita é de que o Exército esteja no local para fazer o reconhecimento do terreno da refinaria a fim de planejar ações para impedir a organização dos trabalhadores. 

"A gente entende que essa ocupação do Exército tem relação direta com o fato de que a nossa refinaria será a próxima a ser anunciada no plano de privatização. A base de Minas faz historicamente a luta contra a privatização, já houve uma greve de ocupação nos anos 1990. A gente entende que eles estão se preparando para coibir a nossa resistência. O Exército veio fazer um reconhecimento da área da refinaria, que é muito grande. Da portaria da frente até os fundos, são 5 km", declarou Anselmo Braga, diretor do Sindipetro-MG.

Na nota, os petroleiros cobram que a sociedade e parlamentares de Minas Gerais se mobilizem contra a privatização. "É necessário que a sociedade mineira e os parlamentares do estado se mobilizem para bloquear a entrega da Refinaria Gabriel Passos (Regap) à gestão privada. Não podemos deixar que o governo Bolsonaro rife a qualidade de vida da população mineira em troca de sua reeleição. Os trabalhadores e as trabalhadoras de todo o estado de Minas Gerais têm pela frente um compromisso com a história, e devem ter como objetivo acabar com todo o entreguismo promovido por Jair Bolsonaro (PL) e por Romeu Zema (NOVO)", cobram os petroleiros em nota.