Com o apoio de mais de 50 voluntários, arqueólogos anunciaram a descoberta do que pode ser o maior edifício da Era Viking já identificado na Grã-Bretanha. A estrutura, que oferece uma rara perspectiva sobre a cultura anglo-escandinava do início da Idade Média, estava soterrada em um campo da Fazenda High Tarns, localizada no condado de Cumbria, noroeste da Inglaterra.
Os pesquisadores da organização Grampus Heritage identificaram os vestígios de um grande salão, medindo aproximadamente 49 metros de comprimento e 15 metros de largura, durante o verão passado. Entre os elementos mais marcantes encontrados na escavação estavam dez buracos de postes que sugerem a dimensão e o formato do edifício, além de um forno para secagem de grãos e um poço para produção de carvão. De acordo com testes de radiocarbono, um dos buracos data entre os anos 990 e 1040.
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O arqueólogo Mark Graham destacou a relevância da descoberta para compreender a estrutura social e a ocupação da região durante o período medieval. Ele explicou que construções semelhantes foram identificadas em propriedades senhoriais da Dinamarca e de outros territórios escandinavos. No entanto, na região de Cumbria, poucos edifícios desse tipo foram encontrados, possivelmente devido à construção de assentamentos posteriores sobre os mesmos locais, o que torna o achado ainda mais significativo.
O interesse pelo sítio arqueológico surgiu em 2022, quando a Grampus Heritage analisou imagens aéreas e identificou marcas de colheita no terreno. No ano seguinte, uma pesquisa geofísica confirmou a possibilidade de haver estruturas soterradas. Inicialmente, os pesquisadores acreditavam que os vestígios poderiam estar relacionados ao monastério cisterciense de Holme Cultram, fundado no século XII. Contudo, as escavações revelaram uma origem muito mais antiga para as ruínas.
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Durante os trabalhos, Neil e Irene Armstrong, proprietários da fazenda há mais de 20 anos, colaboraram com a pesquisa deslocando temporariamente seus animais do campo. Em um esforço coletivo, dezenas de voluntários escavaram trincheiras por 12 dias, trazendo à tona elementos estruturais e artefatos, além de milhares de pequenos grãos de aveia, conforme relatado pelo arqueólogo ambiental Don O'Meara, da Historic England, à BBC News.
Graham ressaltou que toda a escavação foi realizada por membros da comunidade local, que dedicaram tempo e esforço para revelar parte do passado compartilhado da região. No entanto, devido a séculos de atividade agrícola, grande parte das superfícies originais do edifício foi desgastada, tornando a preservação de estruturas vikings um achado raro.
Para Irene Armstrong, a experiência foi surpreendente. "É impressionante pensar em tudo o que foi descoberto em uma área tão pequena. Alguns fazendeiros comentaram que gostariam de encontrar algo assim em seus campos", afirmou ao jornal News & Star.