ASTERÓIDE

Maior colisão de asteroide da história moderna ocorreu há 117 anos, na Sibéria

Aproximadamente às 7h da manhã do dia 30 de junho de 1908, um asteroide entrou na atmosfera da Terra e explodiu alguns quilômetros acima da Sibéria, no maior evento de colisão registrado na história moderna

Fotografia - Tunguska.Créditos: free source
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Há quase 117 anos, um asteroide entrou na atmosfera da Terra e explodiu alguns quilômetros acima da Sibéria, aproximadamente às 7h da manhã do dia 30 de junho de 1908, próximo ao rio Podkamennaya Tunguska — e seu impacto ocasionou incêndios florestais intensos de mais de dois quilômetros e liberou uma grande onda de calor. 

À época, em 1908, apenas alguns trabalhadores de minas longínquas e integrantes de comunidades indígenas locais afirmaram ter visto o impacto da "grande bola de fogo”, descrita como algo “mais brilhante que o sol”, que caiu a cerca de 30 km de distância, criando uma trilha de fogo e fumaça. 

O evento não recebeu muita atenção da Rússia czarista de imediato — à época, o país se ocupava com esforços em preparação para a Primeira Guerra Mundial. Aliás, expedições para estudar o local do impacto e acessar seus danos só foram coordenadas quase duas décadas depois, em 1927.

Tunguska; local do impacto atualmente. Créditos: free source

As pessoas mais próximas da colisão, que ocorreu em uma região com menor densidade populacional, disseram que foram "lançadas ao ar" e ficaram inconscientes; e algumas delas tiveram suas moradias destruídas.

O asteroide entrou na Terra com um diâmetro estimado de 39 metros, em um ângulo de 30 graus, afirma a NASA, e explodiu a uma altitude de aproximadamente 9 km. Sua velocidade de impacto foi de aproximadamente 27 km/h, e a colisão foi avaliada com fator de impacto 8 na Escala de Torino, que indica destruição local. 

Quando os primeiros pesquisadores chegaram ao local para acessar os detalhes do impacto, 19 anos depois da colisão, ainda havia sinais claros do asteroide por uma área de mais de mil quilômetros quadrados, e cerca de 80 milhões de árvores haviam sido derrubadas.

Não foi possível identificar reminiscentes inteiros do asteroide, que foi vaporizado na explosão, mas expedições posteriores relataram ter encontrado "micropartículas que indicavam uma origem extraterrestre", conta a agência espacial norte-americana — embora não fosse possível indicar com clareza se se tratava de um asteroide ou de um cometa.

"A maioria dos cientistas hoje acredita que um asteroide devastou a Sibéria naquele 30 de junho", diz a NASA. Em 2016, as Nações Unidas declararam 30 de junho o "Dia Internacional do Asteroide", em memória do ocorrido.

Alguns relatos de locais que presenciaram ou estiveram próximos à explosão do asteroide durante a colisão foram noticiados em jornais locais à época. 

Um deles, pertencente a um integrante da tribo Shanyagir, que habitava a região siberiana, colhido em 1926, narra:

"Tínhamos uma cabana perto do rio com meu irmão, Chekaren. 

Estávamos dormindo. De repente, nós dois acordamos ao mesmo tempo. Alguém nos empurrou. Ouvimos assobios e sentimos um vento forte. Chekaren disse: "Você ouve esses pássaros voando?"

Estávamos os dois na cabana, e não conseguimos ver o que estava acontecendo lá fora. De repente, fui empurrado novamente, dessa vez com tanta força que caí no fogo. Fiquei com medo. Chekaren também ficou com medo. Começamos a gritar por nossos familiares, mas ninguém respondia.

Tinha um barulho fora da cabana, e podíamos ouvir as árvores caindo.

Chekaren e eu saímos de nossos sacos de dormir e queríamos correr, mas então um trovão soou. Foi o primeiro. 

A terra começou a se mover e balançar, e o vento atingiu nossa cabana e a derrubou.

Meu corpo foi emburrado para baixo pelos destroços, mas minha cabeça estava livre.

Então eu tive uma visão surpreendente: árvores caindo, galhos pegando fogo, e tudo ficou muito brilhante, como se fosse um segundo sol. Meus olhos estavam doendo, eu até fechei.

Era como aquilo que os russos chamam de relâmpago.

E imediatamente houve um forte trovão. Este foi o segundo.

A manhã estava ensolarada, não havia nuvens, o sol brilhava intensamente como sempre, e de repente veio um segundo!

Chekaren e eu tivemos alguma dificuldade para sair de baixo dos restos de nossa cabana. Então vimos alguma coisa acima, mas em um lugar diferente: houve outro clarão, e então um forte trovão. Este foi o terceiro trovão. 

O vento nos atingiu novamente, nos derrubou, atingiu as árvores caídas…"

 

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