Algumas características geológicas da lua foram fruto de intervenções externas, descobriram pesquisadores do Imperial College London, na Inglaterra, e da Associação de Pesquisa Espacial de Houston, no Texas. Mas não se trata de intervenção alienígena: foi um fenômeno mais agressivo e aleatório, diz o estudo, capaz de originar "padrões assimétricos na abertura de crateras" na superfície lunar.
O fenômeno em questão "esculpiu" na lua, há 4 bilhões de anos, dois cânions gigantescos, um deles com um tamanho similar ao Grand Canyon norte-americano, no estado do Arizona.
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"Usamos mapeamento fotogeológico dos cânions e de depósitos de detritos impactados para mostrar a trajetória de impacto do asteroide ou cometa que produziu o padrão assimétrico [de formação geológica na lua]", diz o estudo, intitulado "Grand Canyons na Lua", e publicado na revista Nature.
O fenômeno que originou um "Grand Canyon" lunar foi, portanto, o colapso gerado por uma colisão com um corpo celeste, que pode ter sido um cometa ou um asteroide como o que dizimou a vida na Terra no final do período Cretáceo.
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Uma missão robótica enviada pela Nasa à lua, através do Lunar Reconnaissance Orbiter, foi usada como fonte dos dados gráficos, que foram modelados computacionalmente a fim de determinar as características do fluxo de detritos do impacto.
Esses detritos formaram a Bacia de impacto Schrödinger, no lado afastado da Lua, onde estão os dois cânions esculpidos por pedaços rochosos ejetados no impacto da colisão.
Os dois grandes cânions da lua surgiram em menos de 10 minutos, numa velocidade de impacto de 3.600 km/h, devido à grande quantidade de energia nuclear liberada de uma vez só na colisão.
São eles o Vallis Planck, com 280 km de comprimento e 3,5 km de profundidade, e o Vallis Schrödinger, com 270 km de comprimento e 2,7 km de profundidade.
"A bacia de Schrödinger é a melhor expressão de superfície análoga à cratera de impacto Chicxulub, enterrada na Terra, que está ligada à extinção dos dinossauros e a maioria da vida terrestre no fim do Cretáceo", afirmam os cientistas.
A cratera terrestre — Chicxulub, localizada na Península de Yucatán, no México — tem cerca de 180 km de diâmetro e 20 km de profundidade, e representa o fenômeno, ocorrido há cerca de 66 milhões de anos, pelo qual um asteroide de aproximadamente 10 km de diâmetro colidiu com a Terra, e foi responsável pela liberação de uma energia atômica que corresponderia a bilhões de bombas como as que potências de guerra guardam, hoje, em seus arsenais militares.