Se o Globo de Ouro, realizado no último domingo (5), puder ser resumido em dois momentos, estes seriam: a premiação de Fernanda Torres, que se tornou a primeira brasileira a receber o Globo, e o discurso de Demi Moore, que foi premiada como Melhor Atriz, mas na categoria de Comédia/Musical.
Em “A Substância” (2024), Demi Moore interpreta uma atriz que é demitida por causa de sua idade. Diante de tal realidade, ela passa a consumir uma droga que a duplica e, claro, o seu duplo é a versão jovem. A obra, dirigida e escrita por Coralie Fargeat, em certo ponto tem relação direta com a vida de Moore, que foi muito popular durante os anos 1980 e 1990, mas, como ela mesma diz, passou a perder trabalhos por causa de sua idade.
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No início de seu discurso no Globo de Ouro, Demi Moore revela a fala de um produtor que lhe fez mal por décadas: "Eu tenho feito isso há muito tempo, tipo, há mais de 45 anos, e esta é a primeira vez que ganho qualquer coisa como atriz. Me sinto tão honrada e tão grata. Há 30 anos, um produtor me disse que eu era uma atriz de 'pipoca'. E, naquela época, eu interpretei isso como se isso [o prêmio] não fosse algo que eu pudesse ter. Que eu poderia fazer filmes que fossem bem-sucedidos, que fizessem muito dinheiro, mas que eu não poderia ser reconhecida. E eu acreditei nisso.”
Em seguida, ela fala sobre o desafio de fazer “A Substância”: "Isso me corroeu ao longo do tempo, a ponto de, alguns anos atrás, eu pensar que talvez era isso. Talvez eu estivesse completa. Talvez eu tivesse feito o que deveria fazer. E enquanto eu estava em um momento ruim, eu recebi um roteiro mágico, ousado, corajoso, fora da caixa, absolutamente insano chamado 'A Substância'. E o universo me disse que eu ainda não tinha terminado, e sou tão grata a Coralie por confiar em mim para interpretar essa mulher.”
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Ao término de sua fala, Demi Moore comenta como superar os momentos difíceis na carreira: "Eu só quero deixar vocês com uma coisa que acho que este filme ensina: naqueles momentos em que não achamos que somos inteligentes o suficiente, bonitas o suficiente, magras o suficiente, bem-sucedidas o suficiente ou, basicamente, apenas não somos o suficiente... uma mulher me disse: saiba que você nunca será suficiente, mas você pode conhecer o valor do seu mérito se apenas deixar de lado a régua de medir. E hoje, celebro isso [ter recebido o Globo de Ouro] como um marco da minha totalidade, do amor que me guia e do presente de fazer algo que amo e ser lembrada de que pertenço a isso.”
