Neste domingo (12), Ainda Estou Aqui, filme de Walter Salles com Fernanda Torres no elenco, foi consagrado como melhor filme no Festival de Palm Springs. A escolha foi feita pelo júri da Fipresci, a Federação Internacional de Críticos de Cinema.
"Ele registra o horror invasivo da ditadura pela perspectiva íntima de uma mãe que não defende apenas a sua família de cinco filhos, mas a própria dignidade", afirma o grupo composto por Brian D. Johnson, Paola Caseslla e o brasileiro Marcelo Janot, que selecionou Ainda Estou Aqui entre 35 filmes indicados como representantes nacionais ao Oscar.
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O Brasil venceu a disputa do Globo de Ouro com a premiação de Fernanda Torres como Melhor Atriz em Filme Dramático, em uma história sem precedentes para o cinema nacional. A atuação como Eunice Paiva no filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, resultou na vitória de Torres, superando “grandes nomes” da indústria cinematográfica como Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ela que contou com a torcida de veículos internacionais como The New York Times e Variety, entrou para a história como a primeira brasileira a vencer na categoria, realizando um feito que sua mãe, Fernanda Montenegro, quase alcançou em 1999, quando foi indicada por Central do Brasil, do mesmo Walter Salles, mas não havia levado o prêmio.
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Marcando o retorno de Walter Salles ao cinema após dez anos, ‘Ainda Estou Aqui’ foi um dos filmes que mais atraiu o público nos cinemas brasileiros. O filme, estrelado por Selton Mello e com Fernanda Montenegro como a Eunice Paiva, já alcançou três milhões de espectadores no Brasil. Reconhecido internacionalmente, venceu o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza 2024.
A produção brasileira Manas, de Marianna Brennand, também recebeu uma menção honrosa. Com Dira Paes no elenco, o longa aborda histórias verídicas e atuais de meninas que enfrentam abuso sexual em casa e nas balsas comerciais que operam nos arredores da Ilha do Marajó, no Pará.
Outros destaques incluíram Vermiglio, que recebeu o prêmio de melhor roteiro; Zoe Saldaña, eleita melhor atriz por Emilia Pérez; o trio Mo Chara, Móglaí Bap e DJ Provái, de Kneecap, premiado como melhor ator; e No Other Land, vencedor na categoria de melhor documentário.
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Já fez história
O filme “Ainda Estou Aqui” não conquistou no dia 5 de janeiro o Globo de Ouro de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Apesar disso, o imenso sucesso do longa consagra o diretor Walter Salles como um dos maiores cineastas do Brasil e do mundo. O filme “Ainda Estou Aqui”, que era o favorito do jornal The New York Times e da revista Variety, narra a história de Eunice Paiva (Fernanda Torres), que luta pela memória e verdade de seu marido, o deputado cassado e morto pela ditadura, Rubens Paiva (Selton Mello).
Walter Salles, horas antes da cerimônia do Globo de Ouro, declarou que “Ainda Estou Aqui” não tinha “chance nenhuma” de ser premiado. Apesar de não ter levado o prêmio, "Ainda Estou Aqui" já fez história ao arrastar milhões de pessoas aos cinemas e recolocar a sétima arte brasileira no mundo.
"Ainda Estou Aqui" é ambientado no Brasil de 1971, quando o país vivia uma grave crise sob a ditadura militar. Baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva e sua mãe, Eunice Paiva, a história real de uma mãe de cinco filhos que, após o sequestro e desaparecimento de seu marido pela Polícia Militar, se torna ativista pelos direitos humanos e indígenas no país.
A produção de Salles com Fernanda Torres no elenco principal superou grandes produções internacionais nas bilheterias brasileiras como "Gladiador 2", “Venom 3”, do personagem da Marvel, e "Wicked" no dia 22 de novembro, como mostrou a Fórum. O longa está entre os 15 selecionados na shortlist do Oscar e busca uma vaga entre os cinco finalistas de Melhor Filme Internacional. A lista oficial será divulgada este mês, e a premiação vai ocorrer no dia 2 de março.