A escritora Carolina Maria de Jesus agora é considerada uma Heroína da Pátria, graças ao Projeto de Lei (PL 773/2024) aprovado na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. A força motriz por trás desse projeto é a deputada federal Erika Hilton (PSOL).
Em suas redes sociais, Erika comemorou: “Aprovamos na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados meu Projeto de Lei, relatado pela querida @daSilvaBenedita, que inclui o nome de Carolina Maria de Jesus, escritora, compositora e poetisa brasileira no Livro de Heróis e Heroínas da pátria.Viva Carolina Maria de Jesus! Viva a literatura preta, pobre e periférica brasileira!”, escreveu a deputada.
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O reconhecimento pelo governo federal reforça a importância e impacto cultural da autora na literatura brasileira e periférica. Muito mais que a "escritora da favela", Carolina escancarou as faces do racismo e da realidade desigual e atemporal vivida por milhões de brasileiros.
Ser reconhecido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria significa receber uma homenagem oficial do Estado brasileiro por contribuições significativas ao país, semelhante às de figuras históricas como Getúlio Vargas, dom Pedro I, Tiradentes, Santos Dumont, Zumbi e Anita Garibaldi. O nome é registrado no Livro de Aço — que de fato é formado por páginas de aço — abrigado no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
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Quem foi Carolina Maria de Jesus
Considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século XX, Carolina Maria de Jesus foi multiartista e escritora de contos, crônicas, letras de música e peças de teatro. Amplamente conhecida pela triste história em Sacramento, Minas Gerais, seu percurso migratório e, principalmente, pelos anos vividos na Favela do Canindé, Carolina enfrentou a fome, o machismo, o racismo, a inflação e a pobreza dos anos 60.
"Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada" é talvez uma de suas grandes obras sobre as questões de uma situação que ainda é uma realidade brasileira. Mulher negra, catadora de papelão, mãe solteira e semianalfabeta, Maria de Jesus buscava no lixo tanto alimento quanto papel para escrever seu diário, poemas e músicas. Essa luta também era para garantir o sustento de sua família: José Carlos, João José e Vera Eunice, seus três filhos.
Carolina nasceu em 1914 em uma comunidade rural de Sacramento, em Minas Gerais, sofreu maus-tratos durante sua infância por um homem casado e aos sete anos, sua mãe a forçou a ir à escola quando a esposa de um fazendeiro rico ofereceu para pagar seus estudos no colégio Alan Kardec. No entanto, Carolina precisou interromper o curso no segundo ano, tendo aprendido a ler e escrever e desenvolvido um forte gosto pela literatura. Leia a biografia completa da autora nesta matéria da Fórum.