JULIETTE

Juliette x Luiz Gonzaga – neto condena versão, mas elogia cantora: “foi muito mulher”

Ela lançou "Vem Galopar", gravação com a letra alterada para "Pagode Russo", clássico de Gonzagão e João Silva

Juliette Freire.Créditos: Reprodução /Instagram
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A cantora Juliette Freire acaba de lançar "Vem Galopar", uma versão com a letra alterada de "Pagode Russo", de Luiz Gonzaga e João Silva. A canção, feito sob encomenda para o São João, explodiu em todo o país e já está com mais de 800 mil execuções no Spotify.

A grande celeuma se deu quando, ao ser perguntada, a cantora afirmou que a família de Gonzagão havia autorizado a versão. Daniel Gonzaga, neto do lendário sanfoneiro e filho e Luiz Gonzaga Jr., no entanto, negou.

"Parem de dizer que a família autorizou, eu e minha família não autorizamos nada", disse o músico em um vídeo em suas redes sociais.

Daniel ainda afirmou ter achado a versão “desrespeitosa”: "A gente vem atentando para um desmonte na cultura que vem acontecendo há muito tempo", disse ele. "Sou contra as gravadoras fazerem o que querem. É claro que o direito é delas, a propriedade é delas, a música é delas. Mas há um direito moral. E mudar a letra de João Silva, pelo que eu vi, acho que o novo sempre vem e tem que vir, mas achei um pouco de falta de respeito."

Não há, ou pelo menos não deveria haver, qualquer questão moral na fala de Daniel Gonzaga. As duas versões, tanto a original quanto a de Juliette, fazem referências sexuais, bem ao gosto, diga-se de passagem, de várias boas canções nordestinas. A bronca dele, ao que tudo indica, parece ter sido mesmo com relação à apropriação da obra sem autorização.

Direitos da Universal

Mesmo assim – e isso é o mais curioso e revelador de tudo – os direitos da canção não pertencem à família, mas sim à Universal Music. Há, no entanto, uma questão moral no meio da celeuma que a cantora fez questão de dirimir. Ela telefonou para Daniel Gonzaga para discutir o assunto. E ele elogiou a atitude.

"As autorizações foram trocadas entre editoras", afirmou Daniel após a conversa com a cantora. "Não é sobre a Juliette. É sobre um mercado que nos mastiga e engole. Ela não mentiu em momento algum e foi muito mulher de ligar no meu telefone e elucidar a questão comigo. Meus respeitos e minha defesa à amiga Juliette", disse ainda.

"Esse jogo é muito maior do que a gente. Ela sabe bem disso. Assim como eu, é amante da nossa cultura. Sua ajuda é fundamental", reiterou.

Juliette, por sua vez, deu por encerrado o assunto: "A exaltação da cultura nordestina é uma das coisas mais importantes da minha vida."

Outras acusações

Esta não foi a primeira vez que Juliette foi acusada de plágio ou cópia. Em outubro do ano passado, o lançamento de “Magia Amarela”, uma colaboração entre ela e Duda Beat, virou polêmica nas redes sociais depois que os usuários sugeriram que a música poderia ser uma cópia do projeto “Amarelo - É tudo para ontem” de Emicida.

Depois que as duas cantoras anunciaram o lançamento, internautas começaram a identificar similaridades no cenário das fotos, na tipografia da arte promocional, na letra da canção e na ideia geral do projeto.

Em outra situação, no mês seguinte, a cantora foi acusada de cópia com capa de "Falta de Atenção", em colaboração com o cantor Nattan. A imagem é uma referência direta ao trabalho de Marina Abramovic “Rest Energy”.

Na foto, o cantor está segurando as hastes de um arco, enquanto Juliette aparenta se preparar para disparar uma flecha em sua direção. Usuários nas redes sociais criticaram e fizeram comparações com uma performance da artista performática, além de lembrarem de uma imagem da dupla Anavitória.