No dia 13 de dezembro é comemorado o aniversário de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, uma das maiores joias da cultura brasileira. Por conta disso, o aniversário de Luiz Gonzaga é a data em que é comemorado o Dia do Forró. Nesta quarta-feira (13), Gonzagão, nascido em Exú (Pernambuco), faria 111 anos.
Na mesma data, em 1968, foi promulgado pelo regime militar o Ato Institucional Número 5, uma das maiores vergonhas da vida nacional. Emitido durante o governo de Artur da Costa e Silva, o AI-5 autorizava o presidente a decretar Estado de sítio por tempo indeterminado, demitir pessoas do serviço público, cassar mandatos, confiscar bens privados e intervir em todos os estados e municípios.
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O malfadado decreto merece ser lembrado em tal data por uma única e simples razão. Para que nunca mais aconteça. E, nesta data, merece ser lembrado mais ainda pois seu aniversário ocorre um ano e um dia depois que militantes bolsonaristas de extrema direita fizeram o primeiro ensaio para uma tentativa malograda de um novo golpe.
Posto isto, que seja esquecido. O bom mesmo é lembrar Gonzagão e sua importância para o povo brasileiro, tanto como artista genial quanto pela capacidade que sua figura teve de inserir o povo nordestino na vida nacional. Se nos dias atuais ainda reconhecemos preconceitos diversos contra o Nordeste e seu povo, imaginem quando o artista surgiu no cenário nacional na década de 1940.
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Luiz Gonzaga é o primeiro grande artista brasileiro a transpor a barreira do “Sul maravilha” e virar o porta-voz de milhões de conterrâneos que retiraram de suas regiões pobres, castigadas pela falta de chuva, miséria e abandono para trabalhar pesado, sobretudo na construção civil e, no caso das mulheres, em tarefas domésticas.
O impacto de Gonzaga e da cultura dos estados do Nordeste é imenso e não se limitou a ele. Na sua trilha, no seu encalço, inúmeros outros artistas ocuparam as rádios e TVs do Brasil com tal força que é impossível pensar a nossa música sem passar por eles. Impossível nos imaginarmos sem Caetano e Gil, Dominguinhos e Alceu Valença, Geraldo Vandré, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo, enfim, impossível pensar o Brasil, sua música e sua vida, sem o ponto de partida dado por Luiz Gonzaga.
E que o 13 de dezembro, portanto, seja um dia para se lembrar para sempre do legado de Luiz Gonzaga. E para se esquecer definitivamente do regime militar e do seu AI-5.