CINEMA

Fernando Meirelles lidera direção de filme sobre a tragédia de Brumadinho

Longa sobre o rompimento da barragem está sendo desenvolvido pela Netflix e O2 Filmes

Fernando Meirelles.Créditos: Divulgação/Jairo Goldflus
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No dia 25 de janeiro deste ano, o Brasil completou cinco anos do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, Minas Gerais. A tragédia, que vitimou 272 pessoas e deixou um rastro de destruição no meio ambiente, ainda é um capítulo doloroso na história do país.

Vítimas e seus familiares ainda lutam por reparação justa e pela punição dos responsáveis, e a produção de um novo projeto audiovisual sobre o desastre, agora será produzido pela Netflix. O filme, dirigido pelo cineasta Fernando Meirelles, promete abordar a tragédia de forma profunda e sensível, dando voz aos atingidos e buscando contribuir para a reflexão sobre os impactos sociais e ambientais da mineração.

Produzido em parceria com a produtora brasileira O2 Filmes, o longa ainda está em fase inicial de desenvolvimento e com o formato ainda em discussão, segundo informações do Splash

Agora, Fernando Meirelles retorna à Netflix para dirigir o novo projeto audiovisual, cinco anos após o sucesso de "Dois Papas" (2019), que rendeu três indicações ao Oscar e quatro ao Globo de Ouro. A data de lançamento do filme no streaming ainda não foi definida pelos diretores.

Fórum falou com autora de livro em memória às vítimas da tragédia

Em entrevista à Fórum em outubro de 2023, a escritora e jornalista juiz-forana Daniela Arbex falou sobre a obra “Arrastados: Os bastidores do rompimento da barragem de Brumadinho, o maior desastre humanitário do Brasil”, que resgata o direito das vítimas à memória. 

“É um livro-reportagem que nasceu a partir de um extenso trabalho de campo e de uma escuta qualificada. Além da realização de mais de 200 entrevistas, fizemos uma ampla investigação sobre as causas do rompimento da barragem mineira e o quanto a mineradora Vale sabia dos riscos”, disse.

Com uma escrita humanizada, um olhar aguçado e uma narrativa permeada de detalhes, Daniela reconstrói o cenário da tragédia na Mina do Córrego do Feijão. Enquanto repercutia a tragédia naquele ano, não se sabia como tudo havia acontecido. A obra é monumental em conseguir resgatar o registro desde o momento em que a barragem se rompe até o longo período de buscas pelos bombeiros nos primeiros dias. Expressando “a dor de centenas, de milhares, acolhendo o luto e celebrando os sobreviventes” (p. 12, Arrastados).

Na opinião de Daniela, se a Covid-19 é o maior desastre sanitário do Brasil e do mundo, “Brumadinho também responde pela maior tragédia humanitária do país. Trata-se de uma tragédia anunciada que afetará diversas gerações”. Leia a entrevista completa nesta reportagem da Fórum.