A atriz bolsonarista Regina Duarte está condenada pelo Juizado Especial Cível da Lagoa, no Rio de Janeiro, a pagar indenização de R$ 30 mil por danos morais à filha de Leila Diniz, Janaína Diniz. A sentença reconhece o uso indevido da imagem de Leila em um vídeo fake publicado por Regina em suas redes sociais, em apoio ao golpe militar de 1964 e à ditadura brasileira.
“Eu não poderia deixar de defender a imagem de minha mãe nem deixar que alguém altere a história de acordo com o que quer. A utilização caluniosa da imagem de minha mãe é inaceitável e me deixa profundamente indignada. As pessoas precisam aprender a ter respeito pela memória das outras, pela imagem construída por toda uma vida”, apontou Janaína.
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Em dezembro de 2022, Regina Duarte compartilhou em suas redes sociais um vídeo do então presidente Jair Bolsonaro, onde utilizava uma foto da Leila, sem autorização, para defender o regime militar e a censura, tirando tudo de contexto. Inconformada com a apropriação indevida da imagem de sua mãe, Janaína ajuizou uma ação contra a atriz, de acordo com o blog do Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Além disso, a Justiça determinou que ela remova a publicação em um prazo de 48h. Em caso de descumprimento, ela pagará uma multa de R$ 1 mil ao dia. A sentença determina ainda que Regina Duarte faça uma retratação pública com “a publicação em todas as suas redes de vídeo em que explicita que Leila Diniz nunca apoiou a ditadura militar e que a fotografia utilizada no conteúdo infringente foi, na verdade, feita em um contexto de oposição ao regime e à censura”.
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A advogada Maria Isabel Tancredo, do João Tancredo Escritório de Advocacia, que representa a filha da atriz, repudiou a utilização da imagem de sua mãe no vídeo. “A trajetória de vida da atriz Leila Diniz sempre foi marcada pela defesa da liberdade, contra a censura e contra a ditadura militar e seu moralismo conservador. A vinculação da imagem da atriz a uma defesa tão explícita da ditadura militar é absurda e merece toda a repulsa e punição”, destacou. “É uma utilização indevida e grave da imagem da atriz”.
Em um momento da campanha eleitoral, a imagem de um protesto realizado em 1968 por atrizes contra a censura na ditadura militar foi utilizada para defender o regime. Na foto, apareciam Leila Diniz, Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara e Norma Bengell, que no entanto, foi manipulada, afirmando que “1964 foi uma exigência da sociedade” e que “as mulheres nas ruas pediam o restabelecimento da ordem”.