"ESCREVIVÊNCIA"

Conceição Evaristo é eleita imortal pela Academia Mineira de Letras

Escritora é um dos maiores nomes da literatura brasileira contemporânea e vai ocupar a cadeira de número 40 na instituição

Conceição Evaristo é imortalizada pela Academia Mineira de Letras.Créditos: Juh Almeida
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A escritora Conceição Evaristo, um dos maiores nomes da literatura brasileira contemporânea, foi eleita a nova imortal pela Academia Mineira de Letras (AML), na tarde desta quinta-feira (15). 

Evaristo vai ocupar a cadeira de número 40 e disputou a posição com outros cinco nomes da literatura. De 34 votos, a escritora recebeu 30. A cadeira foi fundada pelo psicanalista Pinto de Moura e tem como patrono Visconde de Caeté. Já foi ocupada por Affonso Penna Júnior e depois pela professora doutora, ensaísta, romancista, poeta e crítica literária Maria José de Queiroz, que faleceu em novembro do ano passado.

"A chegada de Conceição Evaristo à Academia Mineira de Letras, a par do reconhecimento de sua trajetória como professora, romancista e poeta, com justiça celebrada no Brasil e no exterior, tem também o sentido de impregnar esta casa com suas qualidades e história de vida, essa prática da literatura por ela denominada escrevivência. Uma vivência, aliás, profundamente marcadas por Minas e por Belo Horizonte", disse o presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão.

A acadêmica Maria Esther Maciel reforçou a importância de Conceição na AML para a valorização dos saberes afro-brasileiros. "Uma das escritoras mais notáveis da literatura brasileira contemporânea e poderosa representante das mulheres negras em nosso país, Conceição Evaristo vem trazer para a Academia Mineira de Letras a força da negritude, da diversidade e dos saberes afro-brasileiros. Sua eleição é um grande acontecimento literário e político-cultural para Minas e o Brasil”, afirmou.

Sobre Conceição Evaristo

Nascida na favela do Pindura Saia, em Belo Horizonte (MG), Maria da Conceição Evaristo Brito ingressou no mundo da literatura em 1970, quando se mudou para o Rio de Janeiro e se tornou doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. Em 1990, lançou sua primeira publicação na série "Cadernos Negros", do grupo Quilombhoje, coletivo de escritores afro-brasileiros de São Paulo. 

Posteriormente, publicou mais diversos livros sobre vivência e cultura afro-brasileiras, e inaugurou o conceito "escrevivência". Em 2023, ela se tornou a primeira mulher negra a ganhar o Prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano

Algumas de suas obras são: "Poinciá Vicência" (2003), "Becos da Memória" (2006), "Poemas da Recordação e Outros Movimentos" (2008) "Insubmissas Lágrimas de Mulheres" (2011), "Olhos D'água" (2014) e "Histórias de Leves Enganos e Parecenças" (2016).