A obra "Um Defeito de Cor", escrita pela autora mineira Ana Maria Gonçalves, esgotou sua edição disponível no Amazon Prime nesta terça-feira (13), após o desfile deslumbrante da Portela, no Rio de Janeiro, realizado na noite de segunda-feira (12). O livro, que está no primeiro lugar entre os mais vendidos do site e já com reposição, traz um romance histórico narrado pela perspectiva de Kehinde, uma criança sequestrada do continente africano. Reconhecida também como Luisa Mahin, Kehinde desempenhou um papel crucial na Revolta dos Malês, além de ser mãe do abolicionista Luiz Gama.
Os carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues desenvolveram o enredo inspirado na obra da autora Ana Maria Gonçalves, enfatizando a luta contra o racismo. A editora Record já anunciou que não dispõe do livro em seu estoque, e o site da editora indica uma lista de espera para a compra da publicação.
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Com o sucesso do enredo e do livro, a história tem grandes chances de virar uma produção audiovisual da TV Globo. “A Globo me procurou para falar sobre a possibilidade de sair uma supersérie sobre o livro, mas o contrato venceu e não penso em renovar. Mas acho que em algum momento vai acontecer”, informou os carnavalescos responsáveis pelo samba-enredo.
"Um Defeito de Cor" possui 952 páginas. A versão física da obra está disponível por R$ 94,90, enquanto a edição Kindle pode ser adquirida por R$ 41,94. A editora Record disse em comunicado que, devido à "repercussão muito superior às expectativas", está reabastecendo seu estoque, assim como considera, se necessário, uma nova edição do livro será lançada para atender à demanda. Mais de 100 mil exemplares da obra foram vendidos até este momento.
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À Agência Brasil, a autora se manifestou sobre o enredo deste ano ser inspirado em seu livro. “É muito importante ‘Um defeito de cor’ estar na avenida através da Portela, a escola mais antiga, a mãe de todas as escolas de samba, com dois carnavalescos negros que sabem do que estão falando”, ressalta a autora.
Ela lembrou que a literatura no país tem um viés elitista e o samba ajuda a desconstruir esse paradigma e democratizar o conhecimento. “A literatura é uma das artes mais elitistas, principalmente no Brasil. Uma grande parte da população não consegue comprar livros, porque são muito caros. Existe um mito de que o público mais simples ou mais pobre não quer ter acesso à literatura. Isso é uma grande mentira”, destacou.