A própria existência de um Grammy Latino já deixa claro como a indústria raciocina. Há o Hemisfério Norte, sobretudo os EUA, Reino Unido, os países de língua inglesa, e há o resto, ou sejam, os latinos. Exatamente da mesma maneira, há também o Grammy Africano.
Apesar de a música feita na parte de baixo do planeta ser tão ou mais inventiva do que qualquer outra, enquanto reinar a atual ordem econômica mundial, ela continuará relegada a segundo ou terceiro plano.
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Detalhes significativos à parte, começou a 25ª edição do Grammy Latino, que desta vez teve a sua abertura no pomposo centro cultural Adrianne Arsht Center, em Miami, com a apresentação da cantora cubana Glória Estefan.
O grande homenageado desta edição é Lulu Santos, único brasileiro a receber o Prêmio de Life Achievement do Grammy Latino, um Prêmio à Excelência Musical. A honraria reconhece o conjunto da obra de um artista, celebrando suas contribuições criativas e de grande importância para a música latina e suas comunidades.
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Lulu recebeu o prêmio da cantora brasileira Gloria Groove. Durante entrevista à Renata Araújo, do Veja Rio, o guitarrista, cantor e compositor brasileiro afirmou:
“Meu coração estava saindo pela boca! Fiquei muito grato em perceber que o Grammy reconheceu minha proposta. O quanto dessa filosofia prática de vida que coloco em minhas músicas foi compreendida, me deu um enorme orgulho e satisfação”, disse.
A música brasileira
Não é só Lulu, no entanto, que tem motivos de sobra para comemorar. A nossa música brasileira estará representada nesta edição com a maior delegação da história do prêmio. Serão 92 artistas com presenças confirmadas, todos concorrendo em várias categorias. Um desfilar de nomes díspares e diversos como Milton Nascimento, Luíza Sonza, Anitta, Jão, Glória Groove, Jovem Dionísio, Cacá Magalhães, Hamilton de Holanda, Yamandu Costa entre outros.
Serão mais de 400 brasileiros presentes à cerimônia desta quarta-feira (13), no Miami Beach Convention Center. Entre ele artistas, executivos, equipes e profissionais da música. Marcelo Castello Branco, executivo do mercado fonográfico, comentou o fato para a coluna de Ancelmo Gois, no Globo:
“Nunca levamos uma delegação tão diversa e numerosa para o Latin GRAMMY. O Brasil sempre fez música para o mundo, mas agora, mais do que nunca, essa potência está visível na pluralidade de nossos representantes. É uma delegação que representa o Brasil em toda a sua complexidade, da tradição à inovação".