INGRID GUIMARÃES

Minha Irmã e Eu começa a recuperar bilheteria do cinema nacional após cinco anos

Comédia com Ingrid Guimarães e Tatá Werneck atingiu a marca de 1 milhão de espectadores nesta semana

Ingrid Guimarães e Tatá Werncek em Minha irmã e eu.Créditos: Ellen Soares/Divulgação
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A comédia "Minha Irmã e Eu", de Susana Garcia estrelada por Ingrid Guimarães e Tatá Werneck, que estreou em 28 de dezembro, atingiu nesta quinta-feira (11), a marca de 1 milhão de espectadores em salas de cinema.

Desde "Minha Mãe é uma Peça 3", protagonizado pelo humorista Paulo Gustavo e lançado em 2019, que um longa-metragem produzido no Brasil não alcançava esta marca. Mesmo assim, o público ainda está muito aquém do público alcançado na fase pré-pandemia. Para se ter uma ideia, o filme com Paulo Gustavo teve mais de 11 milhões de ingressos vendidos, é até hoje o título mais assistido na história do cinema brasileiro.

Ingrid Guimarães comemorou:

"Eu tinha receio dos números, que estavam fracos depois da pandemia. Venho de um cinema em que fazíamos quatro ou cinco milhões. Então fiquei apreensiva de que esse um milhão agora fosse um desejo distante. Mas sonhei muito", diz ela.

"O êxito desse filme é um incentivo para o setor. A gente está resgatando o prazer do brasileiro de ir ao cinema. O filme dos Mamonas Assassinas também está fazendo uma carreira bonita. É a isso que a gente tem que se fiar. Se compararmos com os números antigos, a gente não vai para frente", afirma Guimarães.

O filme "Nosso Sonho", de 2023, sobre a dupla Claudinho e Buchecha, foi a obra nacional mais vista, com 521 mil ingressos vendidos, mesmo com pouco tempo em cartaz. "Mamonas Assassinas - O Filme" também atingiu um público expressivo nesse começo de ano, passando da faixa dos 500 mil espectadores.

Cota de tela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sancionar a lei da cota de telas, aprovada pelo Senado, que obriga exibidores de cinema a incluírem filmes brasileiros em sua programação com um número mínimo de sessões. A recriação da medida, que ficou em vigor entre 2001 e 2021, foi aprovada pelo Senado em dezembro e prorrogada até o fim de 2033.

De acordo com um levantamento feito pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), nenhum filme brasileiro lançado entre 2019 a 2023 conseguiu alcançar uma posição entre as 20 maiores bilheterias nacionais, um dado preocupante, que o ministério da Cultura aponta como uma concorrência desleal. 

A média anual de exibição entre 2019 e 2020 foi de 172 filmes estrangeiros a mais do que obras nacionais. No entanto, a partir de 2021, coincidindo com o término da vigência da Medida Provisória que regulamentava a lei de cota de tela, a média anual aumentou para 247 filmes estrangeiros a mais do que os brasileiros. 

A conquista ocorre em meio à provável sanção presidencial da lei de cota de telas,

Sem a cota de tela, o cinema nacional praticamente não existe. Os os filmes nacionais ficam relegados a sessões anteriores às quatro da tarde, horário em que os cinemas ficam mais vazios.