LUTO

Viúvo de Zé Celso abre o coração sobre a perda e revela futuro do Teatro Oficina

“Temos que lembrar que o Zé é vida. Ele ensinou isso, que precisa ter vida o tempo inteiro”, afirmou Marcelo Drummond

Zé Celso (esq) e Marcelo Drummond (dir) em foto de casamento.Créditos: Bobs Sousa/Divulgação
Escrito en CULTURA el

Marcelo Drummond, viúvo do dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa, falecido aos 86 anos nesta quinta-feira (6) em São Paulo, deu uma entrevista para a GloboNews na tarde de hoje em que abriu o coração sobre a perda do marido. Drummond falou sobre o incêndio no apartamento, a personalidade de Zé Celso e o futuro do Teatro Oficina.

Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://benfeitoria.com/ato18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.

"Eu caí e alguém me acordou porque cheguei a desmaiar, de certa forma, devido à fumaça. Alguém me acordou e nós saímos. Fui para o corredor, para o hall de entrada do apartamento, um vizinho apareceu e trouxe o Zé junto com o Vitor, e o Zé falava: ‘abre a janela, abre a janela’. E eu falei: 'já está aberta'. Segurei as duas mãos dele e ele colocou a perna em cima de mim. Depois que saímos do apartamento, chegaram os bombeiros e foi o último momento que eu vi o Zé", contou.

Zé Celso foi internado na última quarta-feira (5) após um incêndio em seu apartamento. Ele teve 53% do corpo queimado e não resistiu aos ferimentos. Marcelo Drummond não sofreu queimaduras, mas também foi levado ao hospital por ter inalado monóxido de carbono. O casal vivia em apartamentos diferentes no mesmo prédio. Além deles, também ficaram feridos no incêndio os atores Victor Rosa e Ricardo Bittencourt. Bittencourt contou à imprensa que não se queimou e que acordou com as labaredas, mas demorou alguns instantes para entender o que realmente estava acontecendo. Já Victor Rosa também acabou se queimando enquanto tentava salvar Zé Celso. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a principal hipótese para a causa do incêndio é uma pane no aquecedor do apartamento.

"O que mais me dói é como aconteceu. Não precisava ser um incêndio. O que importa é que o Zé deu norte e vida para muita gente. Muitas pessoas trabalharam nesse pequeno teatro. Não quero cair no drama, na fita francesa. Foi uma tragédia, aconteceu, mas vamos seguir em frente. Temos que lembrar que o Zé é vida. Ele nos ensinou isso, que precisamos ter vida o tempo inteiro e força", comentou Drummond.

Quando perguntado justamente sobre o futuro do Teatro Oficina, Marcelo Drummond afirma que ainda não pretende pensar no assunto e nem nos desdobramentos jurídicos disso antes de lidar com seu luto. No entanto, ele aponta que era desejo de Zé Celso que ele assumisse o teatro numa situação como essa. "O Zé gostaria que eu continuasse, mas vou ver isso depois".

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar