PROGRAMAÇÃO GRATUITA

Nova Mostra de Cinema Israelense 2023 destaca filmes dirigidos por mulheres

A segunda edição do evento terá abertura presencial e outras exibições online

O longa dividido em duas partes "Cadernos Negros" integra a programação da Mostra.Créditos: Divulgação/Sesc
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A segunda edição da Mostra de Cinema Israelense começa nesta quinta-feira (27) e vai até o dia 2 de agosto. A realização é uma parceria do Sesc São Paulo com o Instituto Brasil-Israel (IBI), e apoio do Consulado Geral de Israel em São Paulo.

Este ano, a proposta da curadoria do evento é destacar a cinematografia feminina. Pensando nisso, todos os dez filmes selecionados são dirigidos por mulheres e abordam temas como questões sociais, políticas, de raça e LGBTQIA+, entre curtas, médias e longas-metragens, tanto de ficção quanto documentais.

“Durante muitos anos, as mulheres desempenharam um papel secundário no cinema israelense, com pouca voz própria e limitadas principalmente a um olhar masculino, tendencioso e sexista. Somente recentemente o cinema israelense começou a criar novas formas de representação feminina, centradas em narrativas subjetivas complexas que se concentram na vida das mulheres israelenses e no que as torna tão distintas”, explica Morris Kachani, diretor-executivo do IBI. Ele diz que, agora, o cinema israelense pode ser usado como uma ferramenta de empoderamento.

Os filmes ficarão disponíveis gratuitamente para todo o país na plataforma Sesc Digital durante todo o período da Mostra, mas haverá também uma sessão de abertura presencial, a ser realizada nesta quinta (27), às 20h30, no Cine Sesc, em São Paulo. Os ingressos serão distribuídos de maneira gratuita a partir das 19h, na bilheteria do cinema.

O filme escolhido para abrir o evento foi “Kiss me Kosher”, de 2020, ainda inédito no Brasil. O longa é baseado na história real de amor de sua diretora, a israelense Shirel Peleg, e sua parceira alemã. Entre os serão exibidos na plataforma Sesc Digital estão o drama “The Other Widow”, o romance LGBTQIA+ “The Red Cow”, que mistura questões territoriais e religiosas de Israel atual, o curta sobre raça e identidade “HolyHolocaust”, o documentário “Nafkot”, sobre uma comunidade judaica da Etiópia, e a adaptação do livro bestseller de Orian Chaplin “Four Hours a Day”, que acompanha a jornada de mães no movimento kibutz em Israel.

Há ainda um espaço dedicado a quatro filmes de uma mesma diretora, a também atriz Ronit Elkabetz, falecida em 2016 aos 51 anos. A artista era considerada a primeira-dama do cinema israelense e dirigiu, em parceria com seu irmão, Shlomi Elkabetz, uma trilogia semiautobiográfica, baseada nas experiências matrimoniais de sua mãe. A trilogia, que inclui os filmes “To Take a Wife”, “Os Sete Dias” e “O Julgamento de Viviane Amsalem”, discute a opressão social vivida por mulheres em comunidades judaicas de origem marroquina e questões como o divórcio. 

O quarto filme é uma carta de amor de Shlomi à irmã, lançada após a sua morte, em 2021. “Cadernos Negros” é dividido em duas partes, "Viviene" e "Ronit", e baseado em arquivos familiares e trechos da trilogia criada pelos irmãos Elkabetz.