ANIVERSÁRIO

Cinema nacional celebra 125 anos e ganha de presente repatriação de acervo que estava na Itália

Sétima arte comemora aniversário no Brasil com conquista importante: trazer de volta ao país 144 obras nacionais que estavam em Roma, capital italiana, desde 1979

Créditos: Reprodução internet - Os Fuzis, de Ruy Guerra, está entre os filmes repatriados
Escrito en CULTURA el

O cinema brasileiro comemora nesta segunda-feira (19) 125 anos. Para celebrar a data, o setor ganhou um presente especial: um importante acervo cinematográfico com 144 obras nacionais, que estava em Roma, na Itália, desde 1979, está de volta ao Brasil, sob a guarda da Agência Nacional do Cinema (Ancine), vinculada ao Ministério da Cultura (MinC).

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, comemorou a conquista e destacou o simbolismo da repatriação do acervo cinematográficos.

"Uma vitória da cultura neste dia especial! É muito simbólico que, no ano em que retomamos o Ministério e os investimentos no audiovisual, consigamos trazer de volta esse valioso patrimônio do cinema nacional. O retorno desse acervo é um reencontro do país com sua própria cultura, sua memória e sua identidade. Também reforça a importância da preservação e difusão dessas obras para estudiosos e amantes do cinema, que serão realizadas aqui pela Cinemateca Brasileira", declarou a ministra.

As 144 obras cinematográficas, de diversos gêneros e antigas, estão distribuídas em 524 rolos de filme de acetato, o equivalente a quase duas toneladas. A operação de resgate e retorno desse acervo ao Brasil foi realizada no último sábado (17) em uma operaçào que envolveu a Embaixada do Brasil em Roma, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a Força Aérea Brasileira (FAB), a Secretaria de Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura e a Ancine.

A Secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, destaca a importância da repatriação desse acervo para comemorar o Dia do Cinema Brasileiro.

"Não há nada melhor do que a repatriação desse acervo para comemorar o Dia do Cinema Brasileiro. Um tesouro que agora ficará adequadamente armazenado na Cinemateca Brasileira, responsável pela preservação do nosso patrimônio cinematográfico. Esses filmes vindos da Itália estarão disponíveis em breve para exibições, pesquisas acadêmicas e científicas", comentou Joelma.

Embrafilme

O retorno do acervo cinematográfico brasileiro estava em Roma devido ao fechamento do escritório da antiga Embrafilme em 1979 e à extinção da empresa em 1990, antes de trazer os filmes de volta ao Brasil. A custódia provisória do acervo ficou sob responsabilidade da Embaixada do Brasil em Roma, que tentou durante décadas enviá-los de volta ao país.

Agora, com a operação de transporte realizada pela FAB, os filmes estão em segurança e serão avaliados e repassados à Cinemateca Brasileira, conforme acordo de cooperação firmado entre a Ancine e a Cinemateca em 2007.

A chegada desse acervo é um marco simbólico para o cinema brasileiro, reforçando a riqueza, importância e necessidade de valorização das nossas produções. Neste dia do cinema nacional, celebra-se não apenas os 125 anos da primeira filmagem em território nacional, mas também a recuperação de parte da memória e do legado do cinema brasileiro.

Veja aqui a lista completa do acervo repatriado

Dia do Cinema Brasileiro

Reprodução internet

O Dia do Cinema Brasileiro é celebrado em 19 de junho. A data remete àquele que teria sido o primeiro dia em que foram feitas imagens a partir da tecnologia do cinematógrafo no Brasil, em 1898. Essas imagens foram gravadas a bordo do navio Brésil, que havia saído de Boudeaux, na França, onde o italiano Afonso Segreto tinha acabado de fazer um curso sobre a operação do cinematógrafo e, de lá, acabou trazendo um dos equipamentos para o Brasil. As imagens capturaram o cenário da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro (RJ).

Alguns historiadores contestam o fato de que Afonso tenha feito as primeiras imagens cinematográficas no Brasil, alegando que, um ano antes (em 1897), na cidade de Petrópolis (RJ), alguns filmetes podem ter sido gravados a partir do uso de um modelo de cinematógrafo criado pelo cientista americano Thomas Edison. A despeito de quais tenham sido as primeiras imagens de cinema gravadas no Brasil, o fato é que o sobrenome “Segreto” tornou-se sinônimo do pioneirismo no cinema do Brasil."