O cantor e compositor britânico Roger Waters, ex-líder da banda Pink Floyd e conhecido ativista contra o genocídio na Palestina, denunciou nesta quarta-feira (15) não ter onde se hospedar em Buenos Aires e Montevidéu. Ele disse ainda que considera o caso um "boicote" organizado pelo "lobby israelense".
Waters tem shows marcados nesta sexta-feira (17) em Montevidéu e nos próximos dias 21 e 22 em Buenos Aires. Ele afirmou ao jornal argentino Página 12 que terá que continuar hospedado em São Paulo.
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"Fecharam para mim a cidade de Montevidéu, não tenho lugar para ficar. Tenho que voar diretamente para lá no dia do show", afirmou, "furioso" com essa situação que, segundo ele, o impedirá de jantar na quinta-feira com "meu amigo", o ex-presidente uruguaio José Mujica, como tinha planejado.
Hotéis não comentam
Vários dos principais hotéis da capital uruguaia, questionados pela AFP, se abstiveram de comentar o assunto. "Esses idiotas do lobby israelense conseguiram cooptar todos os hotéis em Buenos Aires e Montevidéu e organizaram esse boicote extraordinário baseado em mentiras maliciosas que eles têm espalhado sobre mim", afirmou.
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O presidente do Comitê Central Israelita do Uruguai, Roby Schindler, e a ONG judaica B'Nai B'Rith no Uruguai, Franklin Rosenfeld, afirmaram esta semana que o artista era um "difusor" de ódio antijudaico, em cartas enviadas ao Sofitel Montevidéu e divulgadas na rede social X, antigo Twitter.
Schindler chamou Waters de "misógino, xenófobo e antissemita", enquanto Rosenfeld ameaçou chamar a atenção global para boicotar a rede Sofitel se decidisse hospedar o "artista antissemita".
"Não tive um único pensamento antissemita em toda a minha vida. O que eu condeno é o que o governo israelense faz, e vou continuar condenando porque está errado", disse Waters ao Página 12.