Um dos principais artistas internacionais alvos de Jair Bolsonaro (PL), o músico inglês Roger Waters, ex-Pink Floyd, virou alvo da fúria da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que mistura religiosidade com geopolítica para defender o genocídio promovido pelo estado sionista de Israel contra palestinos em Gaza.
Em publicação nos Stories, a ex-primeira-dama divulga uma foto de Waters com uma chamada dizendo que ele "duvida do massacre terrorista do Hamas de 7 de outubro", propagando um frase distorcida por sites de extrema-direita em que o músico teria dito que "Israel inventou histórias".
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A frase foi destacada de uma longa entrevista ao jornalista Glenn Greenwald, quando o ex-Pink Floyd esteve no Brasil, no final de outubro.
Na ocasião, Waters repetiu a defesa do povo palestino e levantou dúvidas sobre o fato de Israel não saber dos ataques iminentes no dia 7 de outubro, mesmo com todo o aparato militar e de segurança que desenvolveu.
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“Eu pensei vamos esperar e ver o que acontece. Minha segunda reação foi: ‘como os israelenses não sabiam que isso ia acontecer? Eles não escutaram o Hamas ultrapassando a fronteira?", indagou.
Em seguida, Waters falou sobre as fake news divulgadas pela mídia - e propagadas pela extrema-direita e bolsonaristas -, como a "decapitação de bebês", que não foi confirmada nem mesmo pelas Forças de Defesa de Israel.
"É justificável resistir à ocupação. Pela Convenção de Geneva eles têm direito legal e moral de reagir à ocupação, desde 1967. É uma obrigação. Como eu disse, se crimes de guerra foram cometidos eu não os apoio. Contudo, hoje eu estava lendo um artigo do Grayzone, de Max Blumenthal, que demonstra com dados do Haartez que pelo menos 400 dos mortos eram soldados israelenses. A imprensa israelense criou uma falsa realidade, falou de bebês decapitados etc", afirmou o músico inglês.
Ao criticar Waters, que tem 80 anos, Michelle Bolsonaro usou um termo etarista - decrépito -, mostrando o preconceito contra idosos. "Ah, Deus! Este decréito, (SIC) não sabe o fala".