A cantora, atriz, produtora e empresária Liniker, de 28 anos, foi eleita imortal pela Academia Brasileira de Cultura. A artista é a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira na organização e herdará o lugar que foi de Elza Soares até o ano passado. A cerimônia de posse será na noite desta terça-feira (14), no Rio de Janeiro.
“Eu ainda nem sei o que falar com tamanha honraria que recebo”, postou Liniker nas redes sociais. “Assumir esse lugar, a cadeira 51, que foi de Elza Soares, nossa eterna voz, no Brasil em que vivemos, com os recortes que perpassam meu corpo, é surreal e gigantesco. Nunca achei que seria possível ser considerada assim, por não imaginar mesmo, por ser distante".
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Liniker é considerada umas das principais representações do movimento LGBTQIA+ e transita entre a música e a teledramaturgia.
No meu peito se encontra um certo silêncio preenchido por emoção, por imaginar minha trajetória até aqui, pensando em tudo o que eu já escrevi e ainda escreverei, cantarei, interpretarei, assimilarei e construirei junto à cultura brasileira”.
A cantora finalizou afirmando que “aqui vemos a história sendo escrita junto a um mar de novas possibilidades que se abrem para tantas pessoas no Brasil. Nós estamos aqui e nós existimos”.
Produções
Liniker começou a se destacar na música com o lançamento do seu álbum “Cru”, em 2015, com o grande sucesso “Zero”. Ela integrava a banda Liniker e os Caramelows, que se separou em 2020.
A carreira da artista tomou grandes proporções e em 2022 conquistou o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira, também sendo a primeira pessoa trans a receber o prêmio.
Além da música, Liniker também é atriz e já participou de produções como “3%” na Netflix, “Manhãs de Setembro” na Amazon Prime, que este ano ganhou como melhor série brasileira de ficção no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro - premiação em que Liniker, protagonista, não foi convidada, e fez participações na novela “Cara e Coragem” da Rede Globo.