A cantora Liniker, de 28 anos, é a protagonista da série “Manhãs de Setembro”, mas não foi convidada ao evento do Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, que premiou a obra. A artista desabafou em seu Instagram nesta quarta-feira (28) sobre o caso e questionou “quem é lembrado nas vitórias”.
A série, produzida pela Amazon Prime Video, é pioneira ao abordar a história de uma mulher trans, que descobre ter um filho. O produto audiovisual foi premiado como “Melhor Série Brasileira de Ficção” pelo Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, em cerimônia realizada nesta quarta-feira (23) na Cidade das Artes, Rio de Janeiro (RJ).
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Liniker fez o papel de Cassandra, a personagem principal, mas não foi convidada a participar da celebração. Ela, que se identifica como uma mulher trans para além das telas, aborda a importância de trazer a narrativa da história no Brasil, o país que mais mata pessoas trans no mundo.
Além disso, a produção foi realizada por diversas pessoas que se identificam e fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+, de acordo com a cantora e atriz, que acreditam na necessidade de visibilizar a história e, mais do que isso, vivem o que é narrado.
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“O reconhecimento pelo trabalho, é muito importante, ainda mais como diz uma grande amiga 'a nível de Brasil', por todo o apagamento histórico que temos e vemos ao longa da história e trajetória artística de muitos e muites artistas por anos”, comentou Liniker.
Mesmo assim, a atitude da premiação reforçou o apagamento que pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ e pertencentes às minorias sociais costumam enfrentar, inclusive quando seus trabalhos estão recebendo prestígio do público e da crítica.
“Ontem, eu não fui convidada para poder celebrar ao lado da equipe e elenco o prêmio que ganhamos, a noite de vitória ao lado de tantos outros artistas e colaboradores do audiovisual brasileiro e mundial, ontem fomos esquecidas mais uma vez, na hora de estourar a champanhe quando chegamos no esperado 'rolo 100' de uma produção, ontem o cinema brasileiro, esqueceu mais uma vez, as outras pessoas que colaboram para a criação de um projeto de nível mundial e que mudou sim, a história do audiovisual brasileiro da última década”, completou a atriz.
Veja a publicação e o relato na íntegra:
A artista recebeu apoio de outros cantores e atrizes, como Maria Gadú e Tulipa Ruiz, que também se indignaram com a situação, bem como o público, que se solidarizou com a injustiça enfrentada por Liniker.