O que para os leigos pode parecer assustador, para cientistas e especialistas é fato absolutamente normal. Exemplo: como parte da evolução geológica dos corpos celestes, todos eles encolhem.
A explicação para o fato é o resfriamento bem lento de seus núcleos, o que pode levar, dependendo das características, até bilhões de anos.
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O fenômeno vale para todos os corpos celestes que possuem estrutura sólida ou semissólida e que têm calor interno suficiente para provocar mudanças significativas em sua estrutura ao longo do tempo.
De acordo com cientistas, ao “nascer”, planetas e luas são muito quentes em consequência do calor causado por sua própria formação, além do decaimento dos seus elementos radioativos. Porém, com o tempo, o calor interno vai se perdendo no espaço e, quando os materiais esfriam, a tendência é contrair.
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Planetas com grandes núcleos metálicos, como Mercúrio, são mais suscetíveis ao encolhimento, pois, quando resfriam, o metal contrai mais do que as rochas. Existem outros exemplos no Sistema Solar, como a Lua.
Mas e a Terra, também está encolhendo? Sim! O planeta está esfriando e, embora seja menor do que o de Mercúrio, também possui um núcleo sólido com 85% de ferro.
Entretanto, determinadas características tornam seu resfriamento e, consequentemente, seu encolhimento, um pouco mais lentos.
Ao contrário do planeta Mercúrio, que tem uma atmosfera extremamente fina, e da Lua, que praticamente não tem atmosfera, a Terra possui uma camada gasosa mais espessa. Isso colabora na retenção de material que cai do espaço, além de conter a fuga de gases leves, como hidrogênio e hélio.
Mesmo que muitos meteoros grandes queimem ao ingressar na atmosfera, cerca de 40 mil toneladas de poeira e partículas espaciais entram por ano na Terra.
Entretanto, esse volume é considerado insignificante se for comparado à quantidade de gás que escapa da atmosfera para o espaço ao longo dos anos. Em síntese: apesar de ganhar material externo, a Terra também perde massa continuamente.
“Os físicos mostraram que a Terra está perdendo cerca de três quilos de gás hidrogênio a cada segundo. São cerca de 95 mil toneladas de hidrogênio que o planeta está perdendo a cada ano”, afirmou o microbiólogo Chris Smith, em entrevista à BBC
Ele disse, ainda, que, se por um lado, o núcleo da Terra perde energia ao esfriar, por outro, acumula calor do efeito estufa e das mudanças climáticas.
Resultado prático
Tudo isso junto faz com que o planeta perca 50 mil toneladas de massa por ano. Para o leigo, parece muito, mas, na verdade, é bem pouco quando comparada à massa do planeta. Ou seja, representa somente 0,00000000000000001% do total, de acordo com informações da CNN.
O cálculo foi feito por cientistas da Nasa. Os resultados apontaram uma alteração média no raio da Terra equivalente a 0,1 milímetro por ano, semelhante à espessura de um fio de cabelo, o que é classificado como insignificante em termos práticos. Portanto, o ser humano pode ficar tranquilo. Pelo menos diante desse fenômeno.
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