ARGENTINA

Nova espécie de dinossauro é descoberta: "o primeiro sul-americano do tipo"

Descoberta incrível foi feita por pesquisadores e traz detalhes sobre animal que viveu há milhões de anos atrás

Nova espécie Cienciargentina sanchezi
Nova espécie Cienciargentina sancheziCréditos: Connor Ashbridge / CC BY 4.0
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Paleontólogos anunciaram a identificação de uma nova espécie de dinossauro na Argentina, com cerca de 94 milhões de anos, que pode ser o primeiro membro conhecido da família Rebbachisauridae, um grupo de saurópodes que prosperou no supercontinente Gondwana.

Batizado de Cienciargentina sanchezi, o animal desafia entendimentos anteriores sobre a evolução desses gigantes pré-históricos, graças a características únicas em sua dentição.

Os fósseis foram encontrados na Formação Huincul, próximo a Villa El Chocón (Neuquén), local famoso por revelar vestígios de dinossauros do período Cretáceo Superior. Segundo estudo publicado este mês na revista Cretaceous Research, a espécie apresenta "baterias dentárias" — estruturas semelhantes às de hadrossauros e ceratopsídeos, grupos não relacionados aos saurópodes.

"Os saurópodes rebbachisaurídeos, os primeiros do tipo na América do Sul foram reconhecidos com base em materiais dos arredores de Villa El Chocón (Província de Neuquén, Argentina), das formações Candeleros e Huincul. Esta descoberta é um marco", afirmou Leonardo Salgado, da Universidad Nacional de Río Negro-Conicet, coautor da pesquisa. "O Cienciargentina sanchezi representa um dos últimos diplodocoides antes da extinção desse grupo, substituído pelos macronários, como os titanossauros."

A análise sugere que a Formação Huincul registra uma transição crítica na era dos dinossauros. Entre o Cenomaniano e o Turoniano (há cerca de 94 milhões de anos), os rebbachissaurídeos — antes diversificados — desapareceram, dando lugar a comunidades dominadas por titanossauros. "Esse local é um registro único de uma mudança drástica na fauna, não só na América do Sul, mas globalmente", explicou María Edith Simón, coautora do estudo.

Os pesquisadores destacam que os fósseis de rebbachissaurídeos são geralmente fragmentários, mas os restos do Cienciargentina sanchezi oferecem pistas sobre sua morfologia e hábitos. "Sua dentição complexa indica adaptações alimentares específicas, possivelmente ligadas à disponibilidade de recursos vegetais na época", complementou Salgado.

A descoberta reforça a importância da Patagônia como "laboratório natural" para entender extinções e radiações evolutivas. "Este dinossauro não apenas preenche lacunas na árvore genealógica dos saurópodes, mas também nos ajuda a entender como as crises ambientais moldaram a vida no passado", concluíram os autores.

Com informações de Creaceous Research.

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