De acordo com a revista Military Watch, a Rússia reativou os dois reatores nucleares responsáveis por alimentar seu último navio cruzador de batalha, da Classe Kirov: o Admiral Nakhimov, que já recomeçou seus testes com mísseis hipersônicos no mar.
Comissionado em 1988 pela Marinha Soviética, e inicialmente chamado Kalinin, esse navio foi projetado para se tornar um dos cruzadores de guerra mais poderosos do mundo, equipado com mísseis hipersônicos, mísseis de cruzeiro, antiaéreos e antinavios, além de canhões automáticos e torpedos.
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Desde 2008, o Admiral Nakhimov tem passado por programas de modernização que pretendem torná-lo o mais avançado navio cruzador da Marinha da Rússia, reforçando sua presença sobretudo no Ártico e no Atlântico Norte, territórios em que a potência disputa sua influência militar com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Os dois reatores que "alimentam" o cruzador, reativados pela Rússia, foram colocados em operação no final de dezembro do ano passado e no dia 2 de fevereiro de 2025, de acordo com a mídia estatal russa.
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Os navios da Classe Kirov são alguns dos únicos no mundo a utilizar sistemas de propulsão nuclear, e podem alimentar tanto sensores avançados como armamentos nucleares por longos períodos de tempo, a uma velocidade de até 32 nós.
Suas atualizações envolveram a substituição de antigos mísseis de cruzeiro antinavio (os P700 Granit) por 80 novas células de lançamento, menores e mais modernas, como os P-800 Oniks, 3M54T kalibr, 3M14T Kalibr (de longo alcance para alvos na terra) e os Zircon, mísseis antinavio hipersônicos.
Outras modernizações foram feitas nos seus sistemas de defesa aérea e incluíram a introdução de uma variante do S-400, um sistema de defesa antiaérea terrestre que tem no S-300FM (Fort-M) uma versão adaptada para embarcações.
Atualmente, o Admiral Nakhimov está no estaleiro Sevmash, especializado na modernização de embarcações nucleares (e o único na Rússia com essa função), que compõe a Força de Dissuasão Nuclear (SNF) da Rússia.
De acordo com autoridades russas, ele é um grande concorrente a navio de combate mais forte do mundo — com 176 mísseis de longo alcance e o hipersônico Zircon, combinados à potência do sistema de propulsão nuclear.
Apesar disso, os navios da Classe Kirov continuam a necessitar dessas atualizações para alcançar as embarcações mais modernas, que contam com características como alta furtividade e sistemas mais complexos de radar e sensoriamento.