TECNOLOGIA

‘Barco voador’: Startup brasileira desenvolve incrível nova modalidade de transporte para a Amazônia

A diferença entre o "barco voador", modelo projetado pelo ITA com financiamento do Finep, e uma lancha comum é de até 7 horas a menos por percurso e 24 kg de CO2 a menos por pessoa/hora

Modelo de Volitan em escala menor.Créditos: divulgação - AeroRiver
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Uma startup nacional fundada em 2020 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) está trabalhando em um método de transporte inovador e eficiente para as populações amazônicas. 

A empresa, AeroRiver, tem como principal projeto o desenvolvimento de um transporte fluvial e aéreo, uma espécie de "barco voador" (ou ecoplano) de modelo híbrido, que utiliza o efeito aerodinâmico (chamado de "efeito solo") voando a altitudes baixas — planando sobre a água. 

A empresa quer usar o "potencial do transporte fluvial" amazônico para o seu Volitan, uma embarcação de 18 metros de comprimento, movida a diesel, capaz de atingir até 150 km/h de velocidade e de percorrer uma distância de até 400 km de forma autônoma, sem necessidade de reabastecimento. 

O Volitan, que comporta até 10 pessoas (ou o equivalente a 1 tonelada de carga útil), está sendo desenvolvido para o transporte de pessoas e para auxiliar em missões das Forças Armadas brasileiras. Sua intenção é ser um transporte eficiente, de baixo custo, e emitir menos CO2 em relação a embarcações e aeronaves comuns

De acordo com o portal Jornada Amazônia, a diferença entre o "barco voador" e uma lancha comum é de até 7 horas a menos por percurso e 24 kg de CO2 a menos por pessoa/hora, considerando uma viagem, por exemplo, entre a capital do Amazonas, Manaus, e Paritins, município do interior do estado, que está a 369 km. 

Uma outra vantagem dessa modalidade de transporte seria a possibilidade de percorrer os rios amazônicos mesmo durante os períodos de grande estiagem, em que o nível da água diminui consideravelmente. 

O Volitan tem um custo estimado de R$ 3 milhões, e está na sua fase final de testes. 

Como funciona

O barco voador é capaz de planar a cerca de cinco metros da água, e pode pousar e decolar diretamente do corpo do rio. 

A uma distância tão baixa acima da água, ele pode se aproveitar do efeito solo, que ocorre quando um objeto se move perto o suficiente de uma superfície para aumentar sua força descendente (força de sustentação).

Essa força provém da interação do fluxo de ar entre o objeto e a superfície abaixo dele. Quando o veículo se aproxima do solo, o espaço entre a passagem do ar e a superfície abaixo diminui, o que gera um fluxo de ar na região e pode maximizar sua estabilidade.

Veja a demonstração do modelo: 

No final de 2023, a AeroRiver estava desenvolvendo um protótipo em escala 1:6 para ensaios de voo, a fim de testar a dinâmica do veículo, sua estrutura e possíveis necessidades de mudança na sua geometria para melhorar a performance de voo. 

Em novembro de 2024, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), como parte da terceira fase do programa Nova Indústria Brasil (NIB), anunciou o financiamento do projeto da AeroRiver no edital "Mais inovação Brasil: aviação sustentável". 

Agora, o plano é começar a comercializar o modelo em 2025.

Confira aqui mais detalhes sobre o projeto.

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