DRONES

O futuro da guerra naval: incríveis drones subaquáticos movidos a energia nuclear

Com a descoberta de um novo potencial tecnológico para missões navais, veículos de propulsão nuclear (os submarinos) tendem a ser gradualmente substituídos por drones autônomos subaquáticos, os UUVs (Unmanned Underwater Vehicles).

Veículo subaquático não tripulado.Créditos: REMUS UUVS
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Na última terça-feira (31/12), o serviço de inteligência do exército ucraniano afirmou ter destruído um helicóptero russo e danificado uma embarcação, também russa, que navegava pelo Mar Negro, que conecta o Mediterrâneo ao oeste da Ásia e banha as costas de Rússia e Ucrânia.

O ataque foi feito com um drone marítimo de modelo Magura V5, capaz de carregar mísseis, que atingiu e derrubou um helicóptero Mi-8 das forças russas, de acordo informações reportadas pela agência de espionagem ucraniana GUR.

O Magura V5 é um USV (veículo de superfície não tripulado) desenvolvido para missões de patrulhamento, reconhecimento e combate; mede cerca de 5,5 metros e pode pesar até 1.000 kg, com um alcance operacional de 400 km e portabilidade para  mísseis.

Um vídeo do ataque coordenado na terça-feira mostra, em perspectiva do sistema não tripulado, como o drone alveja o helicóptero russo, derrubando-o com uma explosão.

O futuro da guerra naval: drones aquáticos em substituição a submarinos nucleares

O ataque aponta para inovações crescentes na tecnologia militar, sobretudo naval: o potencial de instrumentos de voo não tripulado para as guerras navais, capazes de substituir os submarinos e de operar com menores custos e uma maior eficiência tática.

Os drones já são usados de forma ampla em missões em ar, para coordenar ataques aéreos e para atividades de espionagem. 

Agora, uma inovação que promete revolucionar os conflitos armados, em especial marítimos, é a incorporação de drones submersíveis em substituição a submarinos nucleares. Os veículos de propulsão nuclear usados para missões navais tendem a ser gradualmente substituídos por drones autônomos subaquáticos, os UUVs (Unmanned Underwater Vehicles), também movidos a energia nuclear, mas equipados com sistemas avançados de inteligência artificial e integrados a satélites a fim de aumentar sua capacidade de identificação e ataque de alvos.

Eles também costumam incorporar sistemas a laser que aumentam sua precisão de detecção, além de se constituírem opções mais eficientes e fáceis de operar.

Um modelo chinês, UUV300CB, teve, recentemente, sua fase de desenvolvimento ampliada para que passe a ser produzido em larga escala, com a pretensão de auxiliar em missões de reconhecimento de superfície e na deposição de minas aquáticas de forma autônoma.

 Com 11,5 metros de comprimento e um alcance de até 830 km e 300 metros de profundidade, o protótipo chinês movido a tecnologia nuclear e indica como deve ser o futuro próximo da indústria naval. 

Um outro modelo norte-americano, chamado de Orca, desenvolvido pela Boeing, alcança até 12 mil km submerso e tem uma capacidade operacional prolongada, que pode chegar a 12 meses, de forma autônoma. Ele compete de forma direta com o drone chinês, e começou a ser testado em 2023 e, desde outubro de 2024, tem sido usado em missões de teste na costa sul da Califórnia.

Descrito como um "caminhão submarino gigante", junto aos novos drones subaquáticos em desenvolvimento, ele deve aumentar a letalidade de missões marinhas sem a necessidade de frotas tripuladas — e com muito mais precisão. 

 

 

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