A China tem planos ambiciosos para avançar suas iniciativas de geração intensiva de energia limpa.
De acordo com a revista Live Science, cientistas chineses estão trabalhando em um projeto para construir uma estação de energia solar de até 1 km de largura "direto no espaço", a fim de captar e transmitir a energia dos raios solares para a terra via microondas de energia (ondas eletromagnéticas cuja frequência é de 300MHz e 300GHz, e dispensam a necessidade de fios ou cabos).
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Para isso, os cientistas querem usar foguetes que transportem equipamentos massivos até a órbita geoestacionária da Terra.
A iniciativa, chamada "Three Gorges Dam" (em tradução livre, a "Barragem das Três Gargantas"), foi apelidada assim em homenagem a um outro grande projeto de energia chinês: o lugar da maior captação de energia hidrelétrica do mundo, com capacidade de até 100 bilhões de KW/h, no rio Yangtze, o maior rio da Ásia e o terceiro maior rio do mundo, com 6.300 km de extensão.
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Mas, agora, trata-se de uma "Barragem das Três Gargantas espacial", que, de acordo com Long Lehao, o cientista em cargo do projeto, seria tão significativo quanto mover a barragem hidrelétrica de Yangtze para a órbita da Terra.
Afinal, são 36 mil quilômetros acima da superfície terrestre, e a Academia Chinesa de Ciências (CAS) estima que a energia coletada pela "estação solar" espacial em um ano seria equivalente a todo o petróleo disponível na Terra.
A luz solar no espaço é até 10 vezes mais intensa do que a que chega à Terra, o que aumenta em muito seu potencial de captação "direta". O único problema é a transmissão dessa energia para a Terra, já que as camadas de atmosfera terrestre absorvem parte da radiação que entra, e as nuvens podem encobrir uma outra parte.
Outra dificuldade seria o transporte de todos os equipamentos necessários à instalação da grande placa solar espacial para a órbita da Terra. Esse empreendimento não é tão simples, e necessitaria de alguns lançamentos espaciais, caros e de alta complexidade.
Por isso, os cientistas chineses, coordenados por Long, estão desenvolvendo um "foguete reutilizável" para o transporte de cargas pesadas, o Longa Marcha-9 (CZ-9), com capacidade de transportar até 150 toneladas e mais comumente utilizado para o transporte de satélites.
É esse mesmo foguete, aliás, que a China planeja usar para chegar à lua, onde quer construir sua base de pesquisa lunar internacional até 2035, informa a revista.
Long Lehao, o designer-chefe da Academia Chinesa de Tecnologia de Veículos de Lançamento (CALT), é a pessoa certa para a função: ele esteve em cargo do desenvolvimento do foguete CZ-3A, o "Longa Marcha 3A" (ou Chang Zheng 3A), um lançador projetado para enviar satélites à órbita de transferência geoestacionária (GTO), usado pelo sistema chinês de navegação por satélite (Beidou) e para observações meteorológicas.