TECNOLOGIA

A estranha IA do governo norte-americano que seria capaz de prever atos terroristas

Tecnologia usada no Afeganistão receberia treinamento baseado em "acontecimentos históricos" para prever os locais de futuros ataques

Tropas de comando do Afeganistão.Créditos: Wikimedia Commons
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Um sistema de Inteligência Artificial (IA) generativa foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos durante a ocupação do Afeganistão, em 2020, e usado para prever ataques terroristas do Talibã

Sob a pressão de manter o controle territorial da região com poucos recursos de inteligência, o time de Suporte Resolutivo dos estadunidense desenvolveu o modelo Raven Sentry, que usa fontes de dados públicas para prever os locais dos futuros ataques de insurgentes.

A ferramenta mostrou como as IAs podem beneficiar análises militares com acesso a grandes volumes de dados históricos, afirma artigo do coronel Thomas Spahr, chefe do Departamento de Estratégia Militar, Planejamento e Operações dos EUA.

O Raven Sentry consegue “reconhecer padrões de insurgência" e "prever futuros ataques" ao ser alimentado com dados sobre eventos históricos semelhantes, de acordo com Spahr. Padrões espaciais e o contexto dos ataques também são levados em conta pelo sistema, com base na sua incidência anterior: datas comemorativas, situações climáticas e locais específicos, como mesquitas e bairros residenciais estratégicos, são considerados na previsão.

Apesar de não ser capaz de tomar decisões operacionais, a IA foi levada a aprender a partir de dados fornecidos sobre ataques a centros do governo dos EUA no Afeganistão nos últimos 40 anos. Por ser open-source (código livre), a ferramenta pode ser produzida comercialmente ou incorporada por outros desenvolvedores. 

Questionamentos éticos

A incorporação de IAs a atividades de defesa, principalmente de modelos generativos como o Raven Sentry, ainda levanta questionamentos éticos. Os riscos de tomar decisões com base em predições se unem aos perigos da operação comercial dessa espécie de tecnologia. 

A Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) tem trabalhado em outros projetos baseados em Inteligência Artificial em colaboração com companhias de tecnologia do país. O desejo é implementar essas inovações na corrida geopolítica pela supremacia tecnológica nas áreas de segurança e defesa, fazendo frente a superpotências como China e Rússia.