OFENSIVA

Mossad acusa o Irã de financiar terrorismo no Brasil

Repercussão na imprensa internacional

Khamenei.O fantasma do aiatolá está de voltaCréditos: Reprodução Wikipedia
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"Mossad frustra plano do Hezbollah no Brasil", gritava esta noite a manchete principal do diário Haaretz, o mais respeitado de Israel.

O serviço secreto de Israel, conhecido pela discrição, rompeu o silêncio e acusou formalmente o Irã de financiar terrorismo no Brasil.

Hoje, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão de apoiadores do Hezbollah que teriam tramado atacar alvos de Israel no Brasil.

A PF ainda investiga. As provas sobre os supostos planos terroristas ainda não foram apresentadas.

A denúncia teve ampla repercussão internacional.

"Polícia brasileira e Mossad desmontam alegada conspiração contra judeus ligada ao Hezbollah", disse o influente Wall Street Journal.

O envolvimento do Mossad foi confirmado no X pelo escritório do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

"Mossad ajuda o Brasil a prender terroristas ligados ao Hezbollah que planejavam ataques a judeus", disse o Jerusalem Post.

"Brasil prende suspeitos operadores do Hezbollah que alegadamente planejavam ataques a alvos judaicos", informou o Times de Israel.

BRICS EM JOGO

Nem o Irã, nem o Hezbollah se manifestaram sobre o assunto até agora.

A denúncia de Israel é de que a rede desbaratada no Brasil também atuava em outros países.

Nos últimos meses, Teerã rompeu o isolamento em bem sucedida ofensiva diplomática: além de ter sua adesão aos BRICs aprovada, normalizou relações com a Arábia Saudita e entrou para a Organização de Cooperação de Xangai, que tem como principais parceiros a China, a Rússia e a Índia.

Nas redes sociais, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, havia se manifestado sobre o Brasil no 3 de novembro:

A contínua matança de mulheres e crianças e a destruição de escolas, hospitais, mesquitas e igrejas na Palestina pelos sionistas é um exemplo claro de crime contra a humanidade e de genocídio. As posições anti-injustiça dos países latino-americanos, inclusive Brasil, Honduras, Cuba, Bolívia, Colômbia e outros, contra a entidade sionista do apartheid, merecem apreciação.

A Bolívia foi o primeiro país a romper relações diplomáticas com Israel.

Só depois países árabes como a Jordânia e Bahrein chamaram seus embaixadores de volta.

O embaixador de Israel em Brasília tem atuado diretamente com bolsonaristas em busca de apoio interno a Israel, colocando o governo Lula contra a parede.

As denúncias de que a Tríplice Fronteira -- Brasil, Argentina e Paraguai -- abriga células terroristas são antigas. Precedem a ocupação do Iraque pelos Estados Unidos em 2003.

São atribuídas ao interesse dos Estados Unidos em estabelecer uma presença militar permanente no coração do Mercosul, perto da usina de Itaipu e do aquífero Guarani, que tem 40 trilhões de litros de água subterrânea, cinco vezes o tamanho do estado de São Paulo e fica sob o território de quatro paises (70% no Brasil, 19% na Argentina, 6% no Uruguai e 5% no Paraguai).