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'BlueSky' é invadida por internautas do Brasil

Com o bloqueio da rede do Elon Musk, usuários brasileiros chegam em massa à plataforma criada pelo co-fundador do Twitter; português já é o idioma mais usado

Créditos: Reprodução Bluesky - Brasileiros invadem rede social criada por co-fundador do antigo Twitter
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Em três dias, desde que esquentou o imbróglio judicial do X (antigo Twitter) que acabou sendo bloqueado no Brasil por não cumprir decisões da Justiça, um milhão de internautas brasileiros desembarcaram na rede BlueSky.

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A plataforma, que foi lançada pelo criador do Twitter, Jack Dorsey, inicialmente como um projeto interno em 2019 e posteriormente estabelecida como independente em 2021, comunicou que experimentou uma alta taxa de crescimento de perfis brazucas durante este período.

A empresa festejou a chegada dos brasileiros em uma série de postagens, incluindo uma lista de perguntas e respostas frequentes em português do Brasil.

"Brasil, você está estabelecendo novos recordes de atividade no BlueSky!", celebrou a empresa.

Reprodução BlueSky

A enxurrada de brasileiros tem sido tão potente que o português do Brasil já é o idioma mais usado pela plataforma de acordo com um levantamento - que não se sabe qual métrica utilizou - do perfil Kuba Suder.

"Ok, as estatísticas de idioma estão completamente insanas no momento. 24h: Português 73,7%!! (3,25 milhões de posts) Inglês 16,5% Japonês 5,5% Alemão 1,6% #BlueskyStats"

Reprodução BlueSky

Recorde de crescimento graças aos brasileiros

A BlueSky anunciou um aumento significativo no número de usuários brasileiros que estabeleceu novos recordes de interações, segundo informou a empresa em uma nota à BBC News Brasil.

"O fluxo brasileiro também está estabelecendo novos recordes de atividade na rede, como o número de seguidores, curtidas etc. Estamos muito entusiasmados em recebê-los", destacou a nota oficial.

Atualmente, a BlueSky conta com uma base global de 7,3 milhões de usuários, e embora a empresa não disponha de dados detalhados sobre a localização de todos os usuários, mencionou que os brasileiros foram uma das primeiras comunidades a aderir à plataforma. Esta adesão vem em um momento em que os usuários no Brasil buscam alternativas às redes sociais tradicionais.

A BlueSky também enfatizou seu compromisso com a moderação de conteúdo, afirmando que possui uma equipe global de moderadores, além de um time local dedicado especificamente à análise de postagens brasileiras. Essa equipe é responsável por filtrar conteúdos indevidos, como assédio, discurso de ódio e notícias falsas, garantindo um ambiente online seguro e respeitoso.

Além disso, a plataforma promove a autonomia dos usuários, permitindo-lhes acessar conteúdos alinhados aos seus interesses, conforme destacado no site oficial da BlueSky. Esta abordagem visa oferecer uma experiência personalizada e engajadora para os usuários, diferenciando-se de outras redes sociais por seu foco em personalização e moderação eficaz.

Segue a Fórum e a equipe

A Fórum está entre esse um milhão de usuários e tem perfil no BlueSky. Assim como várias pessoas da equipe: Renato Rovai, Dri Delorenzo, Cynara Menezes, Marcelo Hailler, Iara Vidal, Mauro Lopes, Luiz Carlos Azenha. Nos siga!

Reprodução BlueSky

Rede Social relembra o antigo Twitter

A BlueSky é liderada pela executiva Jay Graber e tem despertado interesse global por sua semelhança com o antigo Twitter. Segundo informações do perfil oficial da rede, o microblog permite que os usuários façam publicações curtas de até 300 caracteres, além de compartilhar fotos, textos e republicar conteúdos de outros usuários.

Desde seu lançamento, BlueSky tem destacado o Brasil como um mercado chave, evidenciando o país como um ponto focal para sua expansão e engajamento de usuários. A plataforma vem crescendo em popularidade, atraindo usuários que buscam uma alternativa ao modelo tradicional das redes sociais.

Musk matou o passarinho azul

Após a venda do X para o bilionário Elon Musk em outubro de 2022, um significativo número de usuários começou a abandonar a plataforma, migrando para alternativas como BlueSky.

A situação se intensificou em abril, quando conflitos entre Musk e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levaram cerca de 100 mil brasileiros a se registrarem no BlueSky.

A tensão escalou com a possibilidade de suspensão do X no Brasil, exacerbada pelos ataques frequentes de Musk ao ministro e sua recusa em cumprir ordens judiciais.

Treta entre Moraes e Musk

O êxodo para o BlueSky atingiu seu pico entre sexta-feira (30) e sábado (31), logo após Moraes ordenar a suspensão do X no país. Em resposta a uma intimação de quarta-feira (28), que exigia a nomeação de um representante legal no Brasil dentro de 24 horas — e não cumprida por Musk — o ministro determinou o bloqueio da plataforma. Moraes citou que a conduta de Musk na rede social promovia discursos extremistas e antidemocráticos, além de constituir uma obstrução à Justiça brasileira.

A decisão resultou na Anatel bloqueando o X em todo o território nacional a partir de sábado. A ordem incluiu um prazo de cinco dias para que todas as partes envolvidas, incluindo operadoras de telefonia e servidores, implementassem o bloqueio.

Em reação, Musk criticou a decisão em sua conta no X, defendendo que "a liberdade de expressão é a base da democracia e que um pseudo-juiz não eleito no Brasil estava a destruindo por motivos políticos".

Com o bloqueio do X, que é o sexto maior mercado para a plataforma globalmente com 21,5 milhões de usuários, muitos no Brasil procuraram novas redes sociais.

Plataformas como BlueSky e Threads, da Meta, começaram a receber uma nova onda de usuários, incluindo figuras públicas e políticos como o presidente Lula, que anunciaram suas contas nesses serviços alternativos.