TECNOLOGIA

Bateria de café: Japão revoluciona ao testar super carga com cafeína para celulares e até foguetes

Pesquisadores da Universidade de Chiba apresentaram uma solução simples, usando a substância presente no café, para um dos maiores desafios da atualidade: alto custo e impacto ambiental na produção das baterias

Estudo mostra que cafeína aumenta a eficiência de baterias de celulares e até de foguetes.Créditos: Pixabay
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Pesquisadores da escola de engenharia da Universidade de Chiba, no Japão, liderados pelo professor Nagahiro Hoshi, do Departamento de Química Aplicada e Biotecnologia, fizeram uma descoberta recente que pode revolucionar o mundo ao proporcionar o uso de uma substância sustentável para aumentar o potencial de baterias usadas em aparelhos celulares e até submarinos.

Em estudo publicado na revista Communications Chemistry, em fevereiro deste ano, os pesquisadores relatam o uso da cafeína, uma substância encontrada no café e que dá energia às pessoas em todo mundo pelas manhãs, para gerar uma supercarga e aumentar a eficiência das baterias convencionais.

Redução de custos e impactos ambientais

Na prática, a descoberta traz uma solução simples para um problema complexo: os altos custos de produção e os impactos ambientais causados pela extração de minérios como lítio e platina.

A platina, por exemplo, custa cerca de 30 mil euros o quilo, inviabilizando a produção.

No entanto, ao adicionar uma solução líquida com cafeína, os pesquisadores descobriram o aumento da eficiência da atividade da reação de redução de oxigênio.

Segundo o estudo, a cafeína aumenta a eficiência da reação entre um combustível (hidrogênio) e um oxidante (oxigênio), facilitada pela platina.

“A cafeína, um dos produtos químicos contidos no café, aumenta a atividade de uma reação de célula de combustível 
11 vezes em um eletrodo", afirma o professor Hoshi, em nota divulgada pela escola.

Com isso, é necessário uma quantidade menor de platina para que as baterias funcionem eficientemente, gerando redução de custos de produção e causando menor impacto no meio ambiente.

O método proposto tem o potencial de melhorar os projetos de células a combustível, produzindo baterias que poderão ser usadas em aparelhos celulares, veículos, edifícios e até em missões espaciais, segundo os pesquisadores.