O cometa 29P/ Schwassmann-Wachmann tem três vezes o tamanho de Manhattan e se comporta "como nenhum outro objeto que conhecemos", de acordo com o Space Today.
Descoberto em 1927 por astrônomos alemães do Observatório de Hamburgo, o cometa está situado a uma distância média do Sol similar à de Júpiter e mantém uma órbita quase constante no sistema solar médio. Com 60 km de diâmetro, é um dos maiores cometas conhecidos, e um dos poucos classificados como "criovulcânicos".
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Isso significa que, ao invés de ter erupções vulcânicas de lava, o "29P" expele uma substância gélida super-resfriada chamada criomagma, quando sua pressão interna aumenta.
Esse fenômeno tem ocorrido com uma frequência singular nos últimos meses, o que confunde cientistas.
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As erupções do cometa não são explicáveis, pelo menos ainda, pelos observadores. Seus padrões não são iguais aos observados em outros cometas do tipo, já que a maioria dos cometas sofre erupções por exposição excessiva ao sol e à sua radiação — no período em que, mais próximos do astro, os cometas acumulam pressão e seu interior, gelado, aquece intensamente.
Essa pressão acumulada, quando é finalmente liberada, lança ao espaço uma explosão de gelo e poeira, fazendo com que o objeto celeste pareça muito mais brilhante.
Mas o 29P, que está na órbita de Júpiter, não tem uma taxa de aquecimento suficiente que explique suas super erupções.
Em 25 de agosto deste ano, o cometa saltou quase três graus de magnitude em um só dia após uma erupção suspeita, que o tornou visível durante a noite no Hemisfério Norte.
Em 2 de novembro, teve sua maior erupção em quase dois anos, que se seguiu por mais três outras explosões em menos de 48 horas, de acordo com dados da Associação Astronômica Britânica (BAA).
Suas erupções são aleatórias e de difícil previsão, um comportamento que pesquisadores de todo o mundo falham em explicar. E não deveria ser assim: "o 29P orbita o sol uma vez a cada 15 anos em uma órbita circular, a uma distância semelhante à de Júpiter, o que significa que a quantidade de radiação solar que ele absorve permanece praticamente constante", diz o portal Live Science.
As erupções do cometa deveriam ser, portanto, relativamente constantes. "Mas observações detalhadas do cometa nas últimas décadas mostram que não é o caso, sugerindo que algo desconhecido influencia as erupções", afirma o BAA.